‘História já mostrou injustiças no passado’, diz único a votar contra cassação de Flordelis

No Conselho de Ética, o deputado Márcio Labre, do PSL, analisou que ‘não é correto determinar a perda do mandato da parlamentar antes do Judiciário proferir sua decisão’

  • Por Jovem Pan
  • 09/06/2021 20h57 - Atualizado em 10/06/2021 07h40
Michel Jesus/Câmara dos Deputados - 22/05/2019 Flordelis A acusada afirmou que recorrerá da decisão do Conselho de Ética à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 8, a cassação do mandato da deputada Flordelis, do Rio de Janeiro. A sessão, que contou com a presença da acusada, terminou com 16 votos favoráveis à cassação e apenas um contrário, do deputado Márcio Labre (PSL). Em nota, o parlamentar explicou os motivos que guiaram seu posicionamento único na Casa. “Votei contra a cassação porque esta casa não pode usurpar os poderes da República. O judiciário ainda não se pronunciou sobre o caso. A deputada ainda está em fase de julgamento e será submetida ao tribunal do júri. Não é correto determinar a perda do mandato da parlamentar antes do judiciário proferir sua decisão”, disse. Flordelis é acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) de ser a mandante do assassinato do pastor Anderson do Carmo, seu marido. A ação que solicita a cassação de seu mandato foi apresentada na última semana pelo deputado Alexandre Leite (DEM). Apesar de votar de forma favorável à Flordelis, Labre ainda ponderou que compreende a existência de um “conjunto indiciário robusto” contra a parlamentar.

“Reconheço que existe um conjunto indiciário robusto em desfavor da Deputada, porém a história já nos mostrou que injustiças foram praticadas no passado, como a Escola Base. Tenho absoluta tranquilidade para me posicionar contrariamente a cassação porque meu voto é refém da consciência do amplo direito de defesa para todos. Da mesma forma que fui contrário à prisão de Daniel Silveira, preciso ter coerência com as minhas convicções”, explicou. A acusada afirmou que recorrerá da decisão do Conselho de Ética à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que poderá ou não aprovar o recurso. Caso o recurso seja rejeitado, o processo continua seu curso natural no plenário da Câmara, que confirmará ou não a cassação do mandato de Flordelis.

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