‘Horrendo espetáculo’ e ‘vergonha’: Lula, Ciro e Tebet reagem à reunião de Bolsonaro com embaixadores

Encontro do presidente da República ocorreu nesta segunda-feira, 18, no Palácio da Alvorada, e teve transmissão da TV Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 18/07/2022 19h22
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Montagem de fotos/Estadão Conteúdo/Presidência da República/Agência Brasil e Agência Senado Montagem com foto de quatro candidatos Presidenciáveis se manifestaram sobre a agenda de Bolsonaro na tarde desta segunda-feira, 18

Na esteira da repercussão da reunião do presidente Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores, três dos principais presidenciáveis foram às redes sociais criticar a postura do chefe do Executivo federal, que fez críticas aos ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e afirmou, sem apresentar provas, que as urnas eletrônicas são vulneráveis. O encontro do mandatário do país ocorreu na tarde desta segunda-feira, 18, no Palácio da Alvorada, e foi transmitido pela TV Brasil.

Líder das pesquisas de intenções de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que Bolsonaro “conta mentiras contra nossa democracia”. “É uma pena que o Brasil não tenha um presidente que chame 50 embaixadores para falar sobre algo que interesse ao país. Emprego, desenvolvimento ou combate à fome, por exemplo. Ao invés disso, conta mentiras contra nossa democracia”, escreveu o petista. O ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência da República, classificou a reunião do presidente da República como um “horrendo espetáculo”. O pedetista também cobrou a destituição de Bolsonaro.

“Depois do horrendo espetáculo promovido, hoje, por Bolsonaro, ele não pode ser mais presidente de uma das maiores democracia do mundo ou o Brasil não pode mais se dizer integrante do grupo de países democráticos. Nunca, em toda história moderna, o presidente de um importante país democrático convocou o corpo diplomático para proferir ameaças contra a democracia e desfilar mentiras tentando atingir o Poder Judiciário e o sistema eleitoral. Bolsonaro cometeu vários crimes de responsabilidade e temos que buscar instrumentos legais para retirá-lo do cargo. Sei que se trata de uma tarefa delicada porque temos uma figura como Arthur Lira na presidência da Câmara, a quem caberia dar andamento a um pedido de impeachment. Não há mais paciência política nem armadura institucional capazes de suportar tamanho abuso. Muito menos complacência de se interpretar organização clara e deliberada de golpe como arroubos retóricos ou desatinos de um presidente desqualificado”, disse Ciro em uma série em uma série de quatro tuítes.

A senadora Simone Tebet (MDB-RS), presidenciável da terceira via, seguiu raciocínio semelhante. Para a parlamentar, o Brasil “passa vergonha diante do mundo”. O Brasil passa vergonha diante do mundo. O presidente convocou embaixadores e utilizou de meios oficiais e públicos para desacreditar mais uma vez o sistema eleitoral brasileiro. Reforço minha confiança na Justiça Eleitoral e no sistema de votação por urnas eletrônicas. Convido os demais candidatos a fazerem o mesmo. Paz nas eleições também é declarar confiança no nosso sistema eleitoral, como fizemos no manifesto entregue ao TSE na última quarta-feira, 13″, publicou a emedebista em seu perfil oficial no Twitter. 

‘Lisura do processo eleitoral não pode ser colocada em dúvida’, diz Pacheco

A repercussão não se limitou aos candidatos à Presidência da República. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou, em nota, que “a segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral não podem mais ser colocadas em dúvida”. “Uma democracia forte se faz com respeito ao contraditório e à divergência, independentemente do tema. Mas há obviedades e questões superadas, inclusive já assimiladas pela sociedade brasileira, que não mais admitem discussão. A segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral não podem mais ser colocadas em dúvida. Não há justa causa e razão para isso. Esses questionamentos são ruins para o Brasil sob todos os aspectos. O Congresso Nacional, cuja composição foi eleita pelo atual e moderno sistema eleitoral, tem obrigação de afirmar à população que as urnas eletrônicas darão ao país o resultado fiel da vontade do povo, seja qual for”, disse.

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