Jacques Wagner retira pré-candidatura e sai da disputa pelo governo da Bahia

Partido ainda não decidiu se terá uma candidatura própria no Estado; com mandato até fevereiro de 2027, Wagner deve coordenar a campanha do ex-presidente Lula na disputa pela Presidência da República

  • Por André Siqueira
  • 01/03/2022 15h34
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Reprodução/PT da Bahia Senador fala em reunião do diretório do PT na Bahia Anúncio da desistência foi feito na noite desta segunda-feira, 28, em reunião do diretório do PT na Bahia

Agora é oficial. Depois de semanas de rumores, o senador Jacques Wagner (PT-BA) oficializou, na noite desta segunda-feira, 28, a desistência da sua pré-candidatura ao governo da Bahia nas eleições de outubro deste ano. A decisão de não concorrer ao Palácio de Ondina foi anunciada por Wagner em uma reunião do diretório estadual do partido, que contou com a presença de deputados estaduais e federais, prefeitos, vereadores e dirigentes da sigla. Com mandato no Senado até fevereiro de 2027, o parlamentar é cotado para ser um dos coordenadores da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República.

“A retirada da minha candidatura não implica na retirada da candidatura do PT. Quem decidirá se terá candidatura ou não, não sou eu, será o Partido”, disse Wagner aos aliados. Presidente do PT na Bahia, Éden Valadares afirmou que os petistas respeitam a decisão do senador, mas destacou que há um descontentamento. “É claro que respeitamos a decisão do companheiro Wagner, mas não a recebemos com alegria. Nossas instâncias se reunirão intensamente nos próximos dias para atualizar nossa posição”, explicou. Segundo relatos feitos à Jovem Pan, caso o PT decida lançar um candidato ao governo baiano, dois nomes são cotados: a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, e o ex-prefeito de Camaçari, Luiz Caetano.

O recuo de Jacques Wagner, um dos principais aliados de Lula no PT, embaralha o jogo pela sucessão de Rui Costa (PT), que está no segundo mandato à frente do governo da Bahia. A decisão também pode colocar em risco a hegemonia do partido em um dos maiores colégios eleitorais do país – os petistas administram o Estado desde 2006, quando o próprio Wagner venceu o candidato do então PFL e impôs uma derrota ao carlismo. Como a Jovem Pan mostrou, o desenho inicial desenhado pelo PT e pelos partidos que integram a base de apoio à sigla na Bahia previa a candidatura de Jacques Wagner ao governo, com o Progressistas (PP) tendo a prerrogativa de indicar o vice, e o apoio à reeleição do senador Otto Alencar (PSD-BA), cujo mandato se encerra em fevereiro de 2023.

Agora, há duas opções colocadas na mesa: além da possibilidade de lançar uma candidatura própria, o PT pode apoiar a candidatura do senador Otto Alencar ao Palácio de Ondina – em mais de uma ocasião, o senador disse que vinha se preparando para disputar a reeleição ao Legislativo. Neste cenário, o governador Rui Costa brigaria por uma cadeira no Senado. Apesar do aparente imbróglio, o rearranjo é visto por líderes petistas como mais um aceno da cúpula do partido ao PSD. O presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, tem dito que a sigla terá um candidato próprio à Presidência da República, mas Lula e outros integrantes do PT tentam fechar um apoio de Kassab ao ex-presidente da República ainda no primeiro turno da eleição.

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