Justiça notifica Fernando Cury por importunação sexual contra Isa Penna
Notificação ocorreu nove meses depois do ocorrido e seis meses após o parlamentar ser denunciado pelo crime; deputado estadual do Cidadania retomou mandato em outubro após 180 dias de suspensão
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) notificou nesta sexta-feira, 15, o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) sobre a acusação de importunação sexual contra a também deputada estadual Isa Penna (PSOL). A notificação ocorreu nove meses depois do ocorrido e seis meses após o parlamentar ser denunciado pelo crime – a denúncia foi oferecida no dia 20 de março deste ano pelo Procurador-Geral de Justiça, Mario Luiz Sarrubbo, ao desembargador João Carlos Saletti, do Órgão Especial do TJ. Cury retomou o seu mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), após 180 dias de suspensão.
Em dezembro de 2020, imagens das câmeras de segurança do plenário da Alesp flagraram o momento no qual Fernando Cury passou a mão no seio da deputada do PSOL, durante uma sessão de votação do orçamento do Estado de São Paulo para 2021. Depois do episódio, Isa Penna o denunciou ao Conselho de Ética e defendeu a sua cassação. À época, a deputada também rebateu insinuações de que não teria reagido instantaneamente ao “toque”. “Se não houve uma reação é porque o senhores, que estavam lá, não reagiram. Porque só reagem quando são constrangidos ainda com esse tipo de tema”, disse. A fala aconteceu após a apresentação de um perito contratado pela defesa de Cury, que alegou que ela não teve reação imediata à atitude do parlamentar.
Aos membros do colegiado, Cury disse que “deu um abraço” na colega, sem qualquer segunda intenção. “Foi um abraço que eu dei na deputada Isa Penna, o abraço foi um gesto que quis fazer de gentileza porque ia interromper uma conversa que ela estava tendo com o presidente Cauê Macris e eu estava indo para conversar com o Cauê e interromper a conversa dela. Foi por isso que fiz esse gesto de lhe dar um abraço”, afirmou, acrescentando que pediu desculpas por qualquer “tipo de constrangimento” que tenha causado. Enquanto o parlamentar do Cidadania esteve suspenso, o deputado Padre Afonso, do PV, exerceu o mandato.
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