Lira admite que fala de Haddad desagradou à Câmara, diz que é ‘facilitador’ e anuncia que arcabouço pode ser votado na terça
Presidente da Casa disse que líderes ficaram ‘surpresos’ com declaração do ministro da Fazenda, mas negou tensão
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que as modificações feitas pelo Senado Federal no arcabouço fiscal podem ir a plenário na próxima terça-feira, 22. Para isso, o político alagoano antecipa que haverá uma reunião entre o relator, deputado Claudio Cajado (PP-BA), técnicos da Fazenda e da Comissão Mista de Orçamento (CMO) para discutir a modificação no cálculo do IPCA, considerado o principal obstáculo para aprovação do texto. “Sendo isso acordado, na terça a matéria vai a plenário. Não há nenhum tipo de inconstância nas matérias essenciais ao Brasil”, assegurou em conversa com jornalistas nesta terça-feira, 15. A fala do deputado ocorre um dia após ser cancelada a reunião de líderes que debateria a votação do arcabouço em razão das declarações do ministro Fernand Haddad (PT), que criticou o poder da Câmara.
“A Câmara está com um poder muito grande, e ela não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo. Mas ela está com um poder que eu nunca vi na vida”, afirmou o petista. Questionado sobre o assunto, Arthur Lira admitiu que a fala desagradou os líderes partidários. “Ficamos surpresos. Acho que foi inapropriado, talvez um relaxamento excessivo (de Haddad). Penso que os deputados e líderes não gostaram”, afirmou assegurando, no entanto, que a Câmara “nunca foi e não será irresponsável” com temas considerados essenciais para o país. “Esses assuntos não têm especulação, temos até 31 de agosto”, completou.
Sobre a possível reforma ministerial e a negociação de cargos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e partidos de centro, incluindo o próprio Progressistas, Lira disse ser um “facilitador”, mas alegou que as tratativas são de responsabilidade do Planalto e dos líderes. “Não há nenhum tipo de pressão quanto a isso, trabalho para ter maioria, mas sustentabilidade do governo quem tem que tratar é o governo. (…) Somos facilitadores para que as matérias caminhem na Câmara, quanto mais base o governo tiver, mais fácil meu trabalho e o trabalho do governo”, concluiu.
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