Lula diz que quer país com maioria de classe média: ‘Ninguém gosta de viver de Bolsa Família’

Presidente afirmou que ninguém gosta de viver de favor, pontuou que busca melhora na economia e retomou críticas a taxa de juros exercida pelo Banco Central

  • Por Jovem Pan
  • 15/06/2023 15h33
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO Lula Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva participa de reunião ministerial realizada no Palácio do Planalto, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu uma entrevista a rádios de Goiás nesta quinta-feira, 15, e falou sobre a economia do país. De acordo com o chefe do Executivo, seu principal objetivo é transformar o país numa maioria de classe média. “Ninguém gosta de ficar vivendo de Bolsa Família, ninguém gosta de viver de favor. Não quero um país de maioria pobre”, considerou o petista. Em seguida, Lula considerou que a população busca se sustentar com a força de seu trabalho e considerou que o alto endividamento dos brasileiros ocorre em função da alta nos juros – principal instrumento utilizado pelo órgão para buscar a meta de inflação, já que alterações no índice encarecem o crédito e desestimulam a economia -, praticada pelo Banco Central. O chefe do Planalto deu continuidade às suas críticas ao Bacen e disse “não ter explicação” para a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, já que a inflação encontra-se em 4,5%. “Nós não temos inflação de demanda, o povo não está comprando, nós temos 72% da população brasileira endividada. Para as pessoas que estão endividadas voltarem ao mundo do comércio, de poder comprar outra vez. Elas estão endividadas no cartão de crédito porque comparam comida, então nós temos que tentar ajudar essa gente”, pontuou. Em março de 2021, o Banco Central iniciou um período de alta na taxa de juros com um ciclo de aperto monetário. A ação ocorreu após uma alta nos preços de alimentos, energia e combustíveis.

Lula seguiu com considerações sobre a área econômica e disse acreditar que o Produto Interno Bruto (PIB) pode crescer mais que 2% neste ano. Inicialmente, as previsões de orgão internacionais colocavam o Brasil com um crescimento mínimo, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) que previu em abril uma alta de 0,9% – abaixo da média mundial e de países da América Latina e Caribe. “Nós vamos crescer acima de 2%, de 2,5%, e se acontecer o que eu estou pensando, podemos até crescer um pouco mais, porque a primeira coisa que nós fizemos foi retomar todas as políticas sociais que estavam funcionando corretamente. Ou seja, políticas sociais que vão irrigando dinheiro na base deste país, para o pequeno produtor, para o pequeno empreendedor, para as pessoas do Bolsa Família, para as pessoas que estão na Previdência Social esperando na fila para se aposentar”, pontuou. Para auxilar na melhora do PIB, o governo federal destacou a retomada de 14 mil obras paralisadas e que o governo conta com R$ 23 bilhões para investimentos na área de transportes.

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