Lula exige desculpas de Javier Milei e fala sobre fugitivos do 8 de Janeiro

Presidente acredita que argentino cria uma rivalidade desnecessária entre os países: ‘o povo argentino e povo brasileiro são maiores que os presidentes’

  • Por Jovem Pan
  • 26/06/2024 17h33
Ricardo Stuckert / PR Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista aos jornalistas Leonardo Sakamoto e Carla Araújo, do UOL, no Palácio do Planalto. Brasília - DF. Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista aos jornalistas Leonardo Sakamoto e Carla Araújo, do UOL, no Palácio do Planalto. Brasília - DF.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cobrou desculpas do presidente da Argentina, Javier Milei, por declarações consideradas ofensivas. Lula condicionou um encontro de trabalho com Milei a um pedido público de desculpas. Durante entrevista ao site UOL, Lula afirmou que o argentino falou “muita bobagem” e que deseja apenas um pedido de desculpas.
Lula ressaltou a importância da relação entre Brasil e Argentina, destacando que os povos dos dois países são maiores do que os presidentes. O presidente brasileiro evitou mencionar o nome de Milei, mas deixou claro que não permitirá que a situação gere conflitos entre as nações. Ele enfatizou que a Argentina deve ser governada pelo presidente argentino, sem tentar interferir em assuntos internos do Brasil. Os ministros de Relações Exteriores dos dois países trabalham para promover uma relação pragmática entre os líderes e amenizar divergências ideológicas. O Planalto demonstrou desconfiança em relação à postura de Milei, que aparenta moderação após um período de atritos com Lula. A Presidência argentina, por sua vez, respondeu à exigência de desculpas de Lula, indicando que Milei não tem motivos para se arrepender.

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Lula e Milei devem se encontrar novamente em julho, durante a Cúpula do Mercosul, em Assunção, Paraguai. O encontro será a primeira participação de Milei em reuniões do bloco. Nos últimos meses, houve gestos de aproximação entre os governos, com trocas de informações sobre foragidos da Justiça e visitas técnicas e diplomáticas. O governo argentino negou qualquer pacto com Jair Bolsonaro para conceder asilo político a apoiadores do ex-presidente, no ato de 8 de janeiro. O governo Milei ajudou o Brasil passando informações sobre 60 brasileiros que estão na Argentina, como forma de escapar da prisão, e segundo a Polícia Federal, 47 destes solicitaram refúgio no país.

Conforme a Casa Rosada, as solicitações de refúgio serão analisados de forma individual. Para Lula, que está formalizando os pedidos de extradição, mas que também deseja avaliar se há brechas legais para que os fugitivos sejam pegos de forma preventiva na Argentina, por solicitação da Justiça local. “Se esses caras não quiserem vir, que sejam presos lá e fiquem presos na Argentina. Se não, venham para cá. Estamos tratando da forma mais diplomática possível”, disse Lula.

publicado por Tamyres Sbrile 

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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