Lula volta a atacar taxa de juros e diz que Selic a 13,75% é ‘excrescência ao país’

Presidente participou de seminário da Fiesp e afirmou que o mercado financeiro tomou o lugar da indústria do país: ‘Um presidente não pode criticar o Banco Central porque está interferindo na economia’

  • Por Jovem Pan
  • 25/05/2023 19h51
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FáTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Lula Presidente Lula durante sessão Solene de Posse, nos cargos de Presidente do Superior Tribunal Militar; evento ocorre na cidade de Brasília, DF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a atacar a taxa de juros nesta quinta-feira, 25. Ao participar em um evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o petista declarou que a taxa Selic, atualmente fixada em 13,75% ao ano, é uma “excrescência ao país”. “Eu quero dizer aqui na Fiesp: é uma excrescência, nos dias de hoje, a taxa de juros ser 13,75%. É uma excrescência para este país. O país não merece isso. Eu já fiz críticas, mas neste país, em que o mercado financeiro tomou conta no lugar da indústria, um presidente da República não pode nem criticar o Banco Central porque ele está interferindo na economia”, declarou o presidente. Lula aproveitou para ironizar ao dizer que, em seus primeiros mandatos, a Fiesp “sempre virava manchete de jornal criticando a política de juros do país”, mas nesse momento, a federação tece críticas ao presidente do Banco Central – Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Bolsonaro.

Durante o seminário proposto pela Fiesp, as críticas à taxa de juros, considerada elevada pelos participantes, foi tema recorrente. Tanto o presidente Lula, quando o presidente do órgão, Josué Gomes da Silva; o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante; e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Indústria, Geraldo Alckmin, se posicionaram contrários à atual política monetária do Banco Central. Lula aproveitou para destacar as medidas anunciadas pelo governo federal que visam auxiliar o setor automotivo e reaquecer a economia através de uma possível diminuição dos preços dos automóveis populares. “Nós sabemos que 60% dos carros vendidos no ano passado foram vendidos à vista porque não tem política de crédito para financiar. A classe baixa não está comprando carro. Nós esperamos fazer uma política industrial ativa e altiva. Uma política industrial competitiva e moderna que leve em conta os avanços tecnológicos, mas que leve em conta também que, para ter uma indústria forte, é preciso ter trabalhadores fortes ganhando salários justos e podendo ser consumidores”, declarou.

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