Maia critica ‘falta de prioridade’ do governo federal em ações contra Covid-19

Além de fala sobre prioridades e críticas sobre pautas aprovadas pelo governo no meio da pandemia, Maia alegou que a presidência articula candidatura à Câmara ‘contra a pessoa dele’

  • Por Jovem Pan
  • 09/12/2020 15h14 - Atualizado em 09/12/2020 16h44
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ANTONIO MOLINA/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 23/10/2020 Maia criticou governo de Jair Bolsonaro

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, deu coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira, 9, e falou sobre o perfil do candidato que deve ser indicado pela casa para a eleição ao cargo dele no mês de fevereiro de 2021. Ao falar das qualidades que um indicado pela atual presidência deve ter, ele criticou o governo federal em relação a pautas enviadas à casa legislativa durante a presidência dele e às ações realizadas em meio à pandemia do novo coronavírus no Brasil. “Esperamos que o governo possa ter convergência com o nosso tema, porque no dia em que a gente está debatendo a polêmica das vacinas, como vai resolver para comprar vacinas, o governo vai e isenta a importação de armas. Nos deixa perplexos pela falta de prioridade em alguns momentos e de sensibilidade por parte do governo. As pessoas estão perdendo as vidas, o número de infectados está aumentando, os hospitais em muitas cidades estão ficando sem espaço, sem leitos de UTI”, disse, ao falar que a casa pretende votar a Medida Provisória 1003, que permite a inclusão do Brasil na aliança global pela vacina coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O presidente da Câmara lembrou que apesar do tratamento dos infectados ser melhor do que o apresentado no início da pandemia, ainda há risco de aumento na letalidade da população. “Parece que há uma distorção de prioridades ou uma falta de prioridades por falta do governo”, criticou. Maia afirmou mais de uma vez que prezará pela “liberdade” ao pensar no nome indicado e não considerou que o prazo de dois meses fosse curto para escolher um indicado. “Se dois meses antes ganhasse a eleição, não precisava de eleição”, pontuou. Ele também afirmou que a campanha não pretende ir contra o governo e acusou Bolsonaro de ir contra ele.

“O governo é que quer construir candidatura contra minha pessoa, na qual me deixa muito lisonjeado de um governo ter uma preocupação tão grande com um deputado de 70 mil votos como falam, mas nós não vamos abrir mão de jeito nenhum. Como democrata, como filho de exilado, de forma nenhuma eu vou abrir mão de tentar construir um campo que tenha políticos que pensem de forma diferente, que tenham divergências em muitos projetos que foram e serão votados na Câmara, mas que tenham uma convergência, a convergência de que através do diálogo, através do equilíbrio e através do respeito às minorias que a câmara dos deputados vai continuar recuperando a imagem que tinha perdido há muitos anos”, disse. Além de criticar o governo, o deputado criticou o tipo de pautas enviadas pelas equipes de Bolsonaro à casa comandada por ele. “Nossa pressa não é pela escolha do nome. Nossa pressa é por construir esse movimento que amplia o máximo possível a participação não apenas dos partidos, mas da sociedade. A sociedade sabe que quando o governo quis aqui impor agenda contra o meio ambiente, contra as minorias, foi essa casa aqui que barrou a pauta”, concluiu. As eleições para presidência da Câmara dos Deputados devem ser realizadas no mês de fevereiro de 2021. O principal nome do governo federal é o advogado Arthur Lira (PP-AL), que lançará candidatura nesta quarta.

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