Manifestantes ocupam ruas do país em quinto dia de protesto contra a volta do PT e do ‘comunismo’

Atos chegam ao domingo com protestos contra censura, temor por ligação de Lula com a extrema-esquerda na América do Sul e indignação com processo eleitoral

  • Por Jovem Pan
  • 06/11/2022 13h49 - Atualizado em 06/11/2022 14h15
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Reprodução/Twitter/@marlilazaro Manifestantes pedem no Ibirapuera, em São Paulo, para que as Forças Armadas 'salvem o Brasil' Manifestantes pedem no Ibirapuera, em São Paulo, para que as Forças Armadas 'salvem o Brasil'

Os protestos contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022 entraram no quinto dia neste domingo, 6. Desde quarta-feira, 2, Dia de Finados, manifestantes ocupam os portões de bases militares em todo o país como forma de “pedir socorro” às Forças Armadas. Em São Paulo, por exemplo, os manifestantes estão no Comando Militar do Sudeste, no Ibirapuera. No Rio de Janeiro, o local escolhido foi o Comando Militar do Leste, na Praça Duque de Caixas. Diversos cartazes com a mensagem “SOS Forças Armadas” foram exibidos. Nesta semana, os militares devem apresentar o relatório que atestará ou não a segurança das urnas no pleito presidencial. Os protestantes — entre eles muitos que não votaram em Jair Bolsonaro (PL), mas não aceitam a volta do PT — acreditam que o documento provará a “fraude” que reconduziu Lula à Presidência, ainda mais após o canal argentino “La Derecha Online” apresentar uma auditoria mostrando supostas contradições estatísticas. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) derrubou o vídeo no Brasil e emitiu uma resposta aos argentinos. “Não é verdade que os modelos anteriores das urnas eletrônicas não passaram por procedimentos de auditoria e fiscalização. Os equipamentos antigos já estão em uso desde 2010 (para as urnas modelo 2009 e 2010) e todos foram utilizadas nas Eleições 2018. Nesse período, esses modelos de urna já foram submetidos a diversas análises e auditorias, tais como a Auditoria Especial do PSDB em 2015 e cinco edições do Teste Público de Segurança (2012, 2016, 2017, 2019 e 2021).”

Também é forte o caráter anticomunista da manifestação. “Não queremos a volta do comunismo” foi uma frase presente em diversos cartazes, bandeiras e faixas. Algumas das plataformas de governo do presidente eleito e sua proximidade com ditaduras comunistas ou socialistas como Cuba, Nicarágua e Venezuela deixam os protestantes temerosos. Lula já falou diversas vezes sobre sua ideia de regular a imprensa, o que, na avaliação de diversos especialistas, pode descambar para censura. Não à toa, uma parcela significativa das pessoas que foi às ruas colocou esparadrapos na boca para demonstrar o medo de não ter mais voz — a crítica é estendida ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que derrubaram diversos perfis de políticos e civis conservadores antes, durante e depois do período eleitoral. Além disso, o Foro de São Paulo, uma organização que reúne diversos partidos de esquerda da América Latina — inclusive os mais radicais — foi fundado  em 1990 após uma convocação de Lula e Fidel Castro, líder da ditadura cubana.

Entre as reivindicações dos participantes estão um relatório sobre o pleito e um esclarecimento do ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, sobre a disputa presidencial ocorrida entre Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. No Estado de Mato Grosso, uma movimentação ganhou força após 500 caminhões que partiram do municípios Lucas de Rio Verde, Sinop e Nova Motum chegaram a Cuiabá, na capital do Estado. Os automóveis foram recebidos por homens da Polícia Militar — houve uma escolta com os oficiais da segurança e uma intensa movimentação. De acordo com relatos dos manifestantes, os caminhões permanecerão no local pelas próximas duas semanas. A expectativa é de que hoje, após o expediente, alguns destes caminhoneiros encaminhem seus veículos para a capital federal. Nas últimas 72 horas, não houve registro de vias paralisadas em Brasília.

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