Ministério da Saúde distribui 6 mil testes de malária em terras Yanomami

Expectativa é de que os testes sejam utilizados durante dez dias, devido a importância de se diagnosticar rapidamente os casos de contaminação

  • Por Jovem Pan
  • 12/02/2023 17h21
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Fotos: Walterson Rosa/MS Nísia Trindade, ministra da Saúde Nísia Trindade é a atual ministra da Saúde

O Ministério da Saúde anunciou que está distribuindo desde a última sexta-feira, 10, seis mil testes rápidos de malária para serem usados no atendimento a situação de Emergência Nacional de Saúde em território Yanomami, em Roraima. De acordo com a pasta, o combate à doença na região é uma questão prioritária e a expectativa é de que os testes sejam utilizados durante dez dias, devido a importância de se diagnosticar rapidamente os casos de contaminação. “Foram definidos os pontos iniciais em que haverá o uso dos testes. Serão eles: Auaris, Surucucu, Missão Catrimani, Maloca Paapiú, Kataroa e Waphuta”, informa o enfermeiro e responsável pelo núcleo 5 de combate a doenças em eliminação do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami, Alex Bauman. “Os testes rápidos foram escolhidos devido a facilidade de uso e o peso – sendo mais leve, é mais fácil viabilizar o envio para as áreas remotas”, pontua.

Segundo o Ministério da Saúde, até mesmo os pacientes assintomáticos serão testados para que a pasta tenha uma análise mais precisa da situação nas aldeias. O teste é considerado simples: o agente coleta uma gota de sangue do paciente e utiliza um reagente para identificar a doença. Além disso, nos casos de pacientes com recaída no tratamento de malária, também será possível realizar o teste da Gota Espessa. “Esse é o teste padrão ouro em nível nacional, ele é mais específico nos resultados, com o número, por exemplo, de parasitas gametócitos”, explica Brenda Coelho, do Programa Nacional de Prevenção e Combate da Malária (PNCM). Em 21 de janeiro, o Ministério da Saúde decretou estado de emergência no território Yanomami, após serem constatados casos de desnutrição severa e malária. No entendimento do Secretário de Saúde Indígena (Sesai), Ricardo Weibe Tapeba, é preciso garantir infraestrutura e equipamentos aos agentes e indígenas alocados. “Em geral, o polo de saúde apresenta boas condições, mas é necessário intervenções na parte de logística. É uma preocupação, também, o cenário das comunidades próximas”, observou o titular da pasta, que visitou a região na última quarta-feira, 8. Segundo os profissionais do local, uma das comunidades não recebe visita de agentes de saúde há mais de um ano, devido a falta de estrutura para acesso.

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