Ministro da Defesa se reúne com Bolsonaro antes de encontro com Fux
Segundo a pasta, o ex-comandante do Exército e o presidente trataram de ‘assuntos de interesse da Defesa Nacional’; conversa acontece em meio à tensão entre Executivo e Judiciário
O ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-comandante do Exército, se reuniu com Jair Bolsonaro (PL) na manhã desta terça-feira, 3, antes do encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. Segundo a pasta, o ministro e o chefe do Executivo trataram sobre “assuntos de interesse da Defesa Nacional”. Além de Bolsonaro, participaram da reunião os comandantes das Forças Armadas. Às 17 horas, Paulo Sérgio segue para a Suprema Corte para conversar com Fux. O encontro ocorre em meio à nova tentativa do presidente de desacreditar a segurança das urnas eletrônicas. Na última semana, o mandatário do Palácio do Planalto sugeriu que um dos “dutos” que enviam os dados da votação para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) seja “ramificado” para um computador das Forças Armadas, em uma espécie de “apuração paralela”.
Na mesma ocasião, Bolsonaro disse que o Brasil usa uma tecnologia dos “anos 96”. “O ministro Barroso [ex-presidente do TSE] disse que desde 96 nada foi comprovado de falsificação ou de fraude. Ora, as eleições de 2014 o PSDB contratou uma auditoria internacional. Qual a conclusão? A urna é inauditável”, apontou Bolsonaro. A declaração do chefe do Executivo logo foi rebatida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que também se encontrará com Fux nesta terça-feira. “A Justiça Eleitoral é eficiente e as urnas eletrônicas confiáveis. Ainda assim, o TSE está empenhado em dar toda transparência ao processo desde agora, inclusive com a participação do Senado”, esclareceu o parlamentar em suas redes sociais. “Não tem cabimento levantar qualquer dúvida sobre as eleições no Brasil”, acrescentou. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi na mesma direção. O parlamentar disse que questionamentos sobre o tema “colocam em dúvida a legitimidade” das eleições em todas as esferas. “O processo eleitoral brasileiro é uma referência. Pensar diferente é colocar em dúvida a legitimidade de todos nós, eleitos, em todas as esferas. Vamos seguir — sem tensionamentos — para as eleições livres e transparentes”, afirmou.
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