Ministro do TSE nega pedido de suspensão de vídeo exibido pelo PT contra Bolsonaro

Campanha do ex-presidente Lula explora reportagem que cita compra de imóveis com dinheiro vivo; de acordo com ministro Tarso Sanseverino, material não tem informações descontextualizadas ou falsas

  • Por Jovem Pan
  • 08/09/2022 19h38
Reprodução/Jovem Pan News jair-bolsonaro-discurso-7-de-setembro-brasilia Material cita suposta compra de imóveis pela família de Bolsonaro

O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou um pedido feito pela campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), que solicitou a retirada do ar de um vídeo exibido pela campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O material cita a suposta compra de imóveis em dinheiro vivo feita pela família do presidente, em caso revelado pelo portal UOL. Para a equipe do atual presidente, que busca a reeleição, o conteúdo propaga o “discurso de ódio” e não disfarça a tentativa de desgastar a imagem do chefe do Executivo federal. Em sua decisão, no entanto, o magistrado destaca que as informações contidas no material são baseadas em publicação jornalística, não se caracteriza como descontextualizada nem possui informações falsas. Ainda segundo Sanseverino, o termo “dinheiro vivo”, utilizado na propaganda do Partido dos Trabalhadores, é visto como adequado ao debate público e não possui mensagens ofensivas capaz de gerar ódio a Bolsonaro. “Com efeito, no processo eleitoral, a difusão de informações sobre os candidatos – enquanto dirigidas a suas condutas pretéritas e na condição de homens públicos, ainda que referentes a fato objeto de investigação, denúncia ou decisão judicial não definitiva – e sua discussão pelos cidadãos, são essenciais para ampliar a fiscalização que deve recair sobre as ações do aspirante a cargos políticos e favorecer a propagação do exercício do voto consciente”, diz um trecho do despacho.

O pedido feito por Bolsonaro ocorre no momento em que sua campanha decidiu concentrar os ataques ao ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto divulgadas até o momento. Coordenadores do QG bolsonarista apostam em rememorar o tema da corrupção em governos do PT para tentar aumentar a rejeição do petista e, consequentemente, melhorar o desempenho do presidente da República nos levantamentos a pouco mais de 20 dias do primeiro turno da eleição presidencial. Em resposta, embora dê destaque à pauta econômica, explorando a redução do poder de compra do brasileiro, a alta dos preços dos alimentos e o aumento da fome no Brasil nas peças exibidas em rádio e televisão, a cúpula da campanha lulista reagiu e passou a explorar denúncias de escândalos envolvendo o clã Bolsonaro.

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