Moraes diz que Jefferson ‘ofendeu a dignidade e o decoro’ de ministros do STF e integrantes da CPI da Covid-19

Em decisão, magistrado escreveu que ex-deputado federal integra ‘núcleo político’ que atua para ‘desestabilizar as instituições republicanas’ que se contrapõem a ‘atos ilegais ou inconstitucionais’

  • Por Jovem Pan
  • 13/08/2021 09h56 - Atualizado em 13/08/2021 09h58
Jefferson Rudy/Agência Senado Cúpula da CPI da Covid-19 na primeira sessão Decisão cita declaração de Jefferson, na qual afirma que era necessário 'colocar para fora da CPI a pescoção'

No decorrer das 38 páginas da ordem de prisão contra o ex-deputado federal Roberto Jefferson, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), destaca uma série de ameaças feitas pelo cacique do PTB às instituições democráticas. No despacho, ao qual a Jovem Pan teve acesso, Moraes afirma que Jefferson “ofendeu a dignidade e o decoro de ministros do STF, senadores integrantes da CPI da Covid-19 e outras autoridades públicas, dizendo “concentrar as pressões populares contra o Senado e, se preciso, invadir o Senado e colocar para fora da CPI a pescoção”. O presidente nacional do PTB foi preso preventivamente pela Polícia Federal (PF), na manhã desta sexta-feira, 13, no âmbito do inquérito que investiga milícias digitais que atuam contra o Estado democrático de direito.

Em outro de sua decisão, Moraes afirma que Roberto Jefferson “faz parte do núcleo político –, que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas, principalmente aquelas que possam contrapor-se de forma constitucionalmente prevista a atos ilegais ou inconstitucionais, como o Supremo Tribunal Federal e o próprio Congresso Nacional, utilizando-se de uma rede virtual de apoiadores que atuam, de forma sistemática, para criar ou compartilhar mensagens que tenham por mote final a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito no Brasil”. O ministro da Suprema Corte também escreve que há uma organização criminosa que, “ostensivamente, atenta contra a Democracia e o Estado de Direito, especificamente contra o Poder Judiciário e em especial contra o Supremo Tribunal Federal, pleiteando a cassação de seus membros e o próprio fechamento da Corte Máxima do País, com o retorno da Ditadura e o afastamento da fiel observância da Constituição Federal da República”.

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