Mourão diz que rejeição ao acordo UE-Mercosul é ‘questão de diplomacia’

Vice-presidente afirmou que decisão da União Europeia de rejeitar simbolicamente acordo por causa de questões ambientais representa um ‘ruído’

  • Por Jovem Pan
  • 07/10/2020 14h08 - Atualizado em 07/10/2020 14h36
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Mourão considerou recusa como resultado de "ruído"

 

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quarta-feira, 7, que a decisão do Parlamento Europeu de rejeitar simbolicamente o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, com a justificativa de preocupações ambientais significa um “ruído”. A forma de tratar o assunto, segundo ele, será a construção de um trabalho diplomático. Mourão destacou que se trata de uma “questão de diplomacia” e lembrou que o acordo demorou 20 anos para ser feito. “Tem muito ruído nisso aí. Tudo faz parte do trabalho diplomático que tem que ser feito. Vamos com calma”, disse. Na visão do vice-presidente, a discussão do acordo de livre comércio envolve “muitos interesses”, o que dificulta seu avanço. “O lobby dos agricultores europeus é muito grande. Também tem a questão dos partidos verdes na Europa que são muito fortes. Tem países que estão em processo eleitoral. Países que estão vivendo crises internas ali. As pressões são enormes. Temos que ir manobrando pouco a pouco”, declarou.

O texto aprovado pela maioria dos eurodeputados foi um relatório sobre a aplicação da política comercial europeia e que incluiu uma emenda sobre o acordo de livre comércio com o Mercosul. No relatório, é dito que “acordo UE-Mercosul não pode ser ratificado na sua forma atual” e que o Parlamento está “extremamente preocupado com a política ambiental de Jair Bolsonaro, em particular no combate ao aquecimento global e à proteção à biodiversidade”. Mourão opinou que a decisão dos parlamentares europeus é possível de ser revertida e que a viagem de embaixadores para a Amazônia pode contribuir com isso. “Lógico, tudo é reversível. Só tem duas certezas na vida: a morte e pagar imposto.” A visita com os embaixadores, segundo Mourão, está prevista para novembro, mas vai depender da situação da pandemia da Covid-19.

*Com Estadão Conteúdo

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