‘Mudança nos ministérios é poder discricionário do presidente’, diz General Girão

Deputado bolsonarista afirma que opositores estão utilizando a substituição no Ministério da Defesa para criar uma ‘guerra política’ em meio à crise causada pela pandemia da Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 30/03/2021 17h38 - Atualizado em 30/03/2021 19h17
Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados Deputado bolsonarista discurso na tribuna da Câmara General Girão (PSL-RN) integra a base aliada de Bolsonaro na Câmara dos Deputados

Nesta terça-feira, 30, o Ministério da Defesa anunciou, nesta terça-feira, 30, a saída dos comandantes das três Forças Armadas: Edson Pujol, do Exército, Ilques Barbosa, da Marinha, e Antônio Carlos Moretti Bermudez, da Aeronáutica. A decisão ocorre um dia após o general Fernando Azevedo e Silva ser demitido pelo presidente Jair Bolsonaro. Para o seu lugar, foi nomeado o general Walter Braga Netto, que ocupava o posto de ministro-chefe da Casa Civil. A demissão de Azevedo e Silva surpreendeu integrantes do governo e generais da ativa e da reserva – a queda foi vista como uma tentativa de “enquadrar” os militares.

Em vídeo enviado à Jovem Pan, o deputado federal General Girão (PSL-RN) destacou que a reforma ministerial é “poder discricionário do presidente da República”. “Nós estamos no meio de uma guerra: a pandemia do novo coronavírus. Mas, infelizmente, estão querendo transformar em uma guerra política, uma guerra com viés militar. Cabe ao presidente determinar a mudança de seus ministérios, é poder discricionário do presidente. Eu espero que as mudanças no Ministério da Defesa mantenham o ritmo do que vinha acontecendo. O Ministério da Defesa é muito importante, é o mantenedor da nossa garantia de que teremos soberania, de que teremos paz no nosso território nacional”, disse.

Jovem Pan apurou que a demissão de Azevedo e Silva ocorreu porque Bolsonaro vinha exigindo um alinhamento político das Forças Armadas, com declarações de apoio ao governo e com manifestações contrárias às medidas de isolamento social, por exemplo. Segundo relatos feitos à reportagem, a recusa dos três comandantes, respaldados pelo agora ex-ministro da Defesa, causou um desgaste na relação – em mais de uma ocasião, o chefe do Executivo federal pediu a troca de Pujol no comando do Exército. Um general da reserva ouvido resume o sentimento do Alto Comando do Exército: “Não podemos deixar a política invadir os quartéis. As Forças Armadas são instituições de Estado, não de governo”, disse, sob a condição de anonimato.

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