Na Europa, Lula evita comentários sobre a guerra e critica abandono ao Haiti

Em conversa com jornalistas, presidente falou sobre acordo entre União Europeia e Mercosul e também elogiou articulação do governo pela aprovação da reforma tributária; petista esteve na Itália e na França nos últimos dias

  • Por Jovem Pan
  • 24/06/2023 07h29 - Atualizado em 24/06/2023 07h29
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Ricardo Stuckert/PR Lula Presidente também criticou o protecionismo da União Europeia durante seu discurso após reuniões em França e Itália

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exaltou o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na articulação pela aprovação da reforma tributária, criticou o abandono global ao Haitie evitou novos comentários sobre a guerra entre Ucrânia e Rússia. As declarações foram dadas pelo Chefe do Executivo durante coletiva de imprensa concedida na madrugada deste sábado, 24, no encerramento da viagem de Lula pela Europa. Nesta ocasião, o presidente esteve na Itália e na França, onde se reuniu com autoridades locais. Um dos temas conversados, segundo Lula, foi o abandono ao Haiti, ressaltando que o Brasil foi o único país que investiu dinheiro vivo no país da América Central e afirmando que levará o apoio à nação para discussão dentro de grupos como o G20 e os Brics. “Eu pretendo levar essa discussão do Haiti para o G20, pretendo levar para os Brics. Esse país paga o preço de ser o primeiro a conquistar independência, o primeiro país onde os negros se libertaram, mas o Haiti não consegue andar”, disse Lula.

Em outro momento, Lula comentou sobre as tratativas para oficialização do acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE), dizendo que vai conversar com aliados da esquerda para tentar aprovar o tratado. “Se a gente puder conversar com nossos amigos mais à esquerda para que seja aprovado o acordo do Mercosul, nós vamos fazer. Para ver se a gente consegue convencer as pessoas da importância”, disse Lula, que também criticou o protecionismo na economia, dizendo que ele não vai ajudar os países. Além disso, Lula criticou a falta de uma governança global forte, dizendo que a ONU de 1945, ano de sua fundação, não representa a ONU de 2023. “Sem uma governança global forte, temos pouca chance de ver as coisas acontecendo. Vamos ter uma COP nos Emirados Árabes no final do ano, mas muitas vezes as coisas que são aprovadas internacionalmente não são aprovadas nos congressos nacionais dos países. Um exemplo é o Acordo de Paris, talvez um dos melhores já feitos na questão ambiental, mas que não é efetivo, porque não há quem faça a cobrança”, afirmou.

Na Itália, Lula se encontrou com o Papa Francisco, com o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, e com a primeira-ministra do país, Giorgia Meloni. Após a visita, ele defendeu a reaproximação dos países, exaltando a influência dos italianos no Brasil. “Nesta semana, cumprimos duas agendas que eram importantes para o Brasil. Primeiro, a visita à Itália, já que há mais de seis anos nossos países não tinham relação, mesmo com mais de 30 milhões de descendentes no Brasil”, disse Lula. Na França, Lula se encontrou com líderes de diversos países, incluindo Emmanuel Macron, e disse que as principais pautas foram pacto econômico e a questão climática. Ainda durante a coletiva, Lula não comentou o novo ataque russo a Kiev. “Eu sou contra a guerra. Quero paz. Condenamos invasão. Mas isso não implica que eu ou ficar fomentando a guerra. Por enquanto, eles não querem sentar para discutir, por achar que podem ganhar”, afirmou o petista.

Ao falar sobre o Brasil, Lula elogiou a articulação do governo para a aprovação da reforma tributária, exaltando que o texto deve ser aprovado mesmos em maioria governista no Congresso. “O Haddad está muito entusiasmado porque, com todas as conversas que ele está tendo no Congresso Nacional, ele está certo de que a gente vai aprovar a reforma tributária com muito sinal de que será a primeira reforma tributária em tempos de democracia. A última tinha sido em 1964, a gente tinha um golpe neste país. Fazer reforma tributária com golpe é fácil. Agora, fazer ela discutindo democraticamente em um Congresso no qual não temos maioria significa que tem que ter habilidade para construir essa maioria. O Haddad tem sido um mestre nisso junto como Jacques Wagner, o Guimarães e o Randolfe na articulação do Congresso”, afirmou.

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