‘Número de óbitos por Covid-19 já ultrapassou o limite do bom senso’, diz Mourão
Vice-presidente também se posicionou contra um lockdown nacional e afirmou que medidas restritivas devem ser adotadas por prefeitos e governadores
Um dia após o Brasil ultrapassar a marca de 300 mil mortes causadas pela Covid-19, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou, na manhã desta quinta-feira, 25, que “o número de óbitos já ultrapassou o limite do bom senso”. Com a vacinação ainda em estágio inicial e com o colapso da rede hospitalar em diversos Estados, o país vive o pior momento desde o início da pandemia. Com exceção dos Estados Unidos, o Brasil é a única nação do mundo que atingiu o recorde de 300 mil mortos, sendo responsável por 11% dos óbitos por coronavírus em todo o mundo. Além disso, segundo a média dos últimos sete dias, a cada quatro mortes registradas no planeta, uma aconteceu no Brasil. “Agora tem um novo ministro da Saúde, assumiu o comando ontem. Conversou com vocês [da imprensa]. E agora vamos enfrentar o que está aí e tentar de todas as formas diminuir a quantidade de gente contaminada e, obviamente, o número de óbitos que, pô, já ultrapassou o limite do bom senso”, disse Mourão.
O vice-presidente também afirmou que não vê “condições para um lockdown nacional” em razão das desigualdades regionais. “Isso é impossível de ser implementado, vai ficar só no papel”. Na avaliação de Mourão, as medidas restritivas devem ser adotadas por prefeitos e governadores. “Cada um sabe o que está acontecendo na sua área. O governo federal tem que dar o apoio necessário quando for – não digo no caso dessas medidas – mas o apoio do governo é em termos de recursos financeiros”, disse. Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que os decretos com medidas de restrição de circulação dos governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), da Bahia, Rui Costa (PT), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), fossem derrubados – como a Jovem Pan mostrou, o pedido foi negado pelo ministro Marco Aurélio Mello.
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