Pazuello depõe à PF sobre crise sanitária em Manaus

Inquérito foi aberto pelo STF após pedido da Procuradoria-Geral da República; ministro da Saúde é investigado por suposta omissão no colapso da rede de saúde do Amazonas

  • Por Jovem Pan
  • 04/02/2021 16h40
Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo - 21/01/2021 Ministro depõe no hotel militar onde mora

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, presta depoimento à Polícia Federal (PF), em Brasília, na tarde desta quinta-feira, 4, no inquérito que investiga a condução do titular da pasta na crise sanitária do estado do Amazonas – no início de janeiro, pacientes com Covid-19 morreram pela escassez de oxigênio. A investigação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República. Em sua decisão, Lewandowski destacou que, em razão do estágio inicial do inquérito, Pazuello poderia escolher data, horário e local para depor – o general da ativa depõe no hotel militar onde mora, disse à Jovem Pan um auxiliar do ministro.

No pedido encaminhado ao Supremo, o procurador-geral da República, Augusto Aras, citou o fato de o Ministério da Saúde ter sido alertado sobre a escassez de oxigênio estado do Amazonas no dia 8 de janeiro e só ter tomado providências quatro dias depois, no dia 12 de janeiro. “Foi detectado, ainda, logo no início do período, a gravíssima situação dos estoques de oxigênio hospitalar em Manaus, em quantidade absolutamente insuficiente para o atendimento da demanda crescente. Tal problema chegou ao conhecimento do Ministério no dia 8 de janeiro, por meio de um e-mail enviado por Petrônio Bastos, da White Martins (fabricante do produto)”, diz o documento nominado “Ações emergenciais decorrentes do agravamento dos casos de Covid-19 no estado do Amazonas – Plano Manaus”, subscrito pelo ministro Eduardo Pazuello.

Augusto Aras também ressaltou que o Ministério da Saúde enviou ao estado do Amazonas 120 mil unidades de hidroxicloroquina para o tratamento contra a Covid-19. O medicamento não possui eficácia no combate à doença. “No que tange às aparentes prioridades da pasta na condução das políticas públicas para o combate da Covid-19, chama atenção a informação contida na fl. 20 do referido ofício, segundo a qual, em 14/1/2021, houve entrega de 120 mil unidades de Hidroxicloroquina como medicamento para tratamento de Covid-19, quase a mesma quantidade de testes RT-qPCR distribuídos (146.084 unidades)”, diz a petição da PGR.

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