‘Peço a Deus que ele não tenha errado’, diz Bolsonaro sobre Mauro Cid

Ex-presidente afirmou que não tem conversado com ex-ajudante de ordens e reforçou que não precisava estar vacinado para entrar nos EUA

  • Por Jovem Pan
  • 18/05/2023 17h12 - Atualizado em 18/05/2023 17h56
RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Jair Bolsonaro Jair Bolsonaro foi derrotado nas eleições presidenciais para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro de 2022

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu uma entrevista nesta quinta-feira, 18, onde falou sobre a situação de seu ex-ajudante de ordens enquanto ocupou o Palácio do Planalto, Mauro Cid. Questionado pelo repórter Bruno Pinheiro, da Jovem Pan News, sobre o depoimento de Cid à Polícia Federal, o ex-mandatário disse que não houve conversas recentes com o militar – preso no início do mês suspeito de integrar um esquema de falsificação de certificados de vacina contra Covid-19 – e reforçou torcer para que seu antigo aliado não tenha feito nada de errado. “Cada um siga a sua vida, nós procuramos fazer tudo certo. Peço a Deus que ele não tenha errado”, pontuou. Bolsonaro também se elogiou a carreira militar de Cid, o chamou de um “excelente oficial do Exército brasileiro” que passou pelas Forças Especiais e “em primeiro em quase todos os concursos que prestou”. Questionado sobre a escolha do militar em permanecer em silêncio durante seu depoimento à PF, o ex-mandatário considerou que trata-se de uma estratégia de Cid com seu advogado e explicou que sua ida aos Estados Unidos não demandava um certificado de vacinação por conta de sua condição como presidente da República. Jair também acenou para um possível envolvimento de opositores. “Primeira fraude que fiquei sabendo de vacina foi a de Peruche, em São Paulo, nos dias 19 de Julho de 21. E parece que a investigação não está indo para frente. No meu entender, tem indício fortíssimo de quem fez isso, porque o e-mail que fizeram isso é lula@gmail.com”, pontuou.

Bolsonaro aproveitou para comentar sobre a instalação da CPI do MST, que irá investigar as invasões de terras crescentes pelo país – o deputado Coronel Zucco (Republicanos-RS) será o presidente da comissão e o deputado Ricardo Salles (PL-SP) ficou com a relatoria. Segundo o ex-presidente, sua orientação aos deputados que irão compor a comissão é a de “fazer um trabalho sério, que ninguém chegue para lacrar, para querer aparecer, fazer sua inquisição e ir embora. Talvez chegue em quem financie [as invasões]”, disse. Bolsonaro também pontuou que, uma medida iniciada no governo Michel Temer (MDB) e ampliada durante sua gestão poderia ser a solução para diminuir as invasões, como a titulação de terras. “Em números aproximados, com o presidente Fernando Henrique, tivemos uma invasão por dia. Lá nos oito anos de Lula, eram 20 por mês. No meu, passou a ser meia dúzia por ano. Porque a titulação de terras começou com Temer e potencializamos. Abrimos financiamento para agricultura familiar. Tratamos com dignidade esses que eram posseiros, serviam de massa de manobra para políticas que nós não concordamos. Invasão de terra desrespeita propriedade privada. Quem sabe essa política de titulação de terra, que acho que é a ideal, seja pressionada ao governo para continuar com essa política”, finalizou.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.