PGR diz que Carlos Jordy tinha ‘poder de ordenar movimentações antidemocráticas’

Líder da oposição na Câmara foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal nesta quinta-feira; ele nega incitação aos atos do 8 de Janeiro e fala em ‘medida autoritária’

  • Por da Redação
  • 18/01/2024 12h37 - Atualizado em 18/01/2024 12h37
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Pablo Valadares/Câmara dos Deputados - 06/05/2021 De terno preto, camisa branca, gravata xadrez (puxando para o azul), o deputado federal Carlos Jordy entrelaça as mãos enquanto fala no plenário da Câmara PGR divulga que deputado federal possui o poder de comandar ações antidemocráticas e concorda com mandados de busca e apreensão

A Procuradoria-Geral da República (PGR) divulgou nesta quinta-feira, 18, que o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) possuía o “poder de ordenar as movimentações antidemocráticas, seja pelas redes sociais ou agitando a militância da região”. A avaliação foi apresentada durante a 24ª fase da Operação Lesa Pátria, que inclui 10 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e no Distrito Federal. O documento foi redigido pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, que até o final do ano passado estava encarregado das investigações sobre o 8 de Janeiro. “O que esta autoridade policial julga mais grave, é que o vínculo entre o parlamentar e o apoiador (Carlos Victor de Carvalho) não seja apenas para fins políticos partidários, mas também com a intenção de ordenar a prática de crimes contra o Estado de Direito”, diz trecho do documento.

Carlos Victor de Carvalho é apontado como “organizador dos eventos nos arredores do Batalhão do Exército”, na cidade de Campos dos Goytacazes, e possui “fortes ligações com autoridades políticas”, também sendo administrador de 15 grupos de WhatsApp cujas “temáticas são de extrema direita”. Em conversas obtidas, Carvalho se dirige a Carlos Jordy como “meu líder”.

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Na manifestação, a PGR concordou que Jordy e outros investigados fossem alvo de mandados de busca e apreensão, além de terem seus sigilos telefônicos e telemáticos quebrados. Como o site da Jovem Pan mostrou, o parlamentar, que é líder da oposição na Câmara, relacionou a operação com a proximidade das eleições municipais e disse que acordou “com um fuzil no rosto”.  “Não sabia o que era até ter acesso às notícias que falam do 8 de Janeiro“, disse o deputado, que nega qualquer prática de incentivo, incitação ou apoio aos atos antidemocráticos e à invasão das sedes dos Três Poderes. “É a verdade constatação que estamos vivendo uma verdadeira ditadura. Em momento nenhum incitei, em momento algum falei que aquilo era correto, em momento algum estive nos acampamentos, nunca apoiei nenhum tipo de ato, anterior ou depois”, afirma.

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