Podemos decide pelo apoio à candidatura de Simone Tebet

Em entrevista à Jovem Pan, senador Alvaro Dias, líder do partido, afirmou que sigla deseja ‘restabelecimento do protagonismo’ da Casa e independência em relação ao Executivo

  • 13/01/2021 14h27 - Atualizado em 13/01/2021 15h23
Jefferson Rudy/Agência Senado O senador Álvaro Dias em pronunciamento Senadores do Podemos sabatinaram Simone Tebet em um encontro nesta quarta-feira, 13

Terceira maior bancada do Senado, com nove parlamentares, o Podemos decidiu apoiar a candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) à presidência da Casa. A decisão ocorreu após uma sabatina com a emedebista, em encontro que ocorreu na manhã desta quarta-feira, 13. O anúncio oficial ocorrerá ainda hoje, após uma reunião com os senadores do PSDB, marcada para às 15h30. Os dois partidos formam um bloco, composto por 16 parlamentares, que tem atuado junto durante a eleição. Em entrevista à Jovem Pan, o líder do Podemos, senador Alvaro Dias (PR), afirmou que seu partido deseja “independência” e “restabelecimento do protagonismo do Senado”.

“Estou aguardando uma reunião com o PSDB às 15h30 para anunciar oficialmente o apoio à candidatura da senadora Simone Tebet. A tendência é essa. A decisão foi tomada pelas circunstâncias colocadas. Nosso partido deseja uma postura de independência da Casa, o restabelecimento do protagonismo do Senado, a independência entre os Poderes, sem invasão de competência e responsabilidade com a governabilidade do país. Todas essas circunstâncias nos anima a apoiar a Simone”, disse Alvaro Dias à Jovem Pan.

O Podemos avaliava lançar candidatura própria, mas, segundo Alvaro Dias, “não há espaço para uma terceira via”. A eleição para a presidência do Senado está marcada para o dia 1º de fevereiro. Simone Tebet, que é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, enfrentará Rodrigo Pacheco (DEM-MG), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro e nome escolhido pelo atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para sucedê-lo.

Alvaro Dias pondera que as duas candidaturas colocadas até o momento representam “grupos governistas”. “Os dois candidatos representam grupos governistas. Quanto a isso, não há dúvida. Por intermédio de Davi Alcolumbre, Bolsonaro apoia a candidatura do Pacheco. O MDB, por sua vez, tem os líderes do governo no Senado [Fernando Bezerra Coelho] e no Congresso [Eduardo Gomes]. Portanto, não vejo como distinguir situação e oposição. As diferenças ocorrem, naturalmente, em relação aos compromissos que são assumidos. Por isso, sabatinamos a senadora Simone e houve consenso de que seria adequado apoiá-la”, diz o líder do partido. A Jovem Pan apurou, no entanto, que a decisão de apoiar Simone Tebet não é unânime dentro do partido. Dos nove membros da bancada, ao menos dois senadores pretendem votar em Rodrigo Pacheco, entre eles Marcos do Val (ES), que também integra o grupo Muda Senado.

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