Ex-assessor de Lira é alvo de operação da PF que mira organização suspeita de fraudar compra de equipamentos de robótica

Agentes cumpriram mandado em endereço ligado a Luciano Cavalcante, nomeado pelo presidente da Câmara para cargo na liderança do PP; na tarde da quinta, PF recuou e informou que R$ 4 milhões encontrados em cofre não pertencem a servidor

  • Por Brasília
  • 01/06/2023 12h51 - Atualizado em 01/06/2023 19h01
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Bruno Spada/Câmara dos Deputados Arthur Lira sentado em sua cadeira de presidente da Câmara Cavalcante assessorava Arthur Lira quando atual presidente da Câmara era líder do PP na Casa

A Polícia Federal realizou, nesta quinta-feira, 1º, uma operação contra um grupo suspeito de fraude em licitação e lavagem de dinheiro em Alagoas por meio de compra de equipamentos de robótica. De acordo com os investigadores, o grupo é suspeito de desviar R$ 8 milhões. Um dos alvos foi Luciano Ferreira Cavalcante, servidor da Câmara dos Deputados e ex-assessor do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) – ele foi nomeado para o cargo quando Lira ocupava o posto de líder do Progressistas (PP) na Câmara. A Operação Hefesto é realizada em busca de provas contra desvios de contratos para a compra de kits de robótica com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Os 27 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Maceió-AL (16), Brasília-DF (8), Gravatá-PE (1), São Carlos-SP (1) e Goiânia-GO (1), além de dois mandados de prisão na capital federal.

Na tarde da quinta-feira, 1º, a PF recuou e informou que os R$ 4 milhões encontrados em um cofre, durante a operação em Brasília, não pertencem ao ex-assessor de Lira. O advogado de Luciano Cavalcante, André Callegari, explicou que seu cliente não tem relação com a empresa que foi alvo da operação da PF, onde foi encontrado dinheiro em espécie dentro de um cofre. Callegari disse ainda que a defesa não teve acesso nem ao inquérito da PF nem à decisão judicial. Ainda segundo os representantes de Cavalcante, os policiais que cumpriram o mandado de busca e apreensão não apresentaram nenhuma decisão judicial. As fraudes na mira da PF teriam ocorrido entre 2019 e 2022, durante a realização de processos licitatórios, adesões a Atas de Registro de Preços e celebração de contratos para fornecimento de robótica para 43 municípios alagoanos, cujos recursos aplicados ou previstos seriam de natureza federal, oriundos do FNDE. Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), as fraudes e superfaturamento geraram prejuízo ao erário de R$ 8,1 milhões e sobrepreço, com prejuízos potenciais de R$ 19,8 milhões, em relação às despesas até então analisadas.

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