PT e PSB avançam por acordo em SP e candidatura de Márcio França ao Senado deve ser oficializada no sábado

Aliados do ex-prefeito Fernando Haddad esperam que ex-governador do PSB formalize sua decisão em ato em Diadema, no ABC paulista, que contará com a presença de Lula

  • Por André Siqueira
  • 05/07/2022 15h18
Roberto Casemiro/Marcelo Gonçalves/Estadão Conteúdo Montagem com fotos de políticos paulistas Márcio França deve ser o candidato da chapa de Haddad ao Senado

Depois de meses de reivindicações e impasses, as cúpulas do PT e do PSB caminham para oficializar um acordo em São Paulo nos próximos dias. Segundo petistas relataram à Jovem Pan, o ex-governador do Estado Márcio França (PSB) deve retirar sua pré-candidatura ao Palácio dos Bandeirantes e anunciar sua postulação ao Senado no sábado, 9, em agenda em Diadema, no ABC paulista, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Integrantes dos dois partidos ouvidos pela reportagem afirmam que o acerto está “bem encaminhado”.

A mudança de rota de Márcio França vinha sendo especulada há meses, mas o ex-governador não dava sinais de que recuaria – após a divulgação da última pesquisa Datafolha, o pessebista publicou um vídeo em suas redes sociais dizendo que era “carne de pescoço” e que, com os números apresentados pelo levantamento, estaria no segundo turno da disputa pelo governo paulista contra o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT). O recuo, no entanto, ganhou contornos reais após o jornalista José Luiz Datena (PSC) desistir de sua pré-candidatura ao Senado. Com uma única cadeira em disputa no pleito deste ano, França resistia em concorrer com o apresentador da TV Bandeirantes, que liderava as pesquisas de intenção de voto até o momento de sua desistência. Nos cenários sem Datena, porém, o pessebista lidera a corrida pela vaga na Casa Alta do Congresso Nacional.

Apesar do avanço nas tratativas com o PSB, o PT ainda terá que discutir com outros partidos aliados a composição da chapa de Haddad. “Ainda há uma questão com o PSD e com o PSOL, que quer se sentir contemplado na chapa majoritária indicando o vice de Haddad. O PSOL aceita apoiar Márcio França, mas quer se sentir representado na chapa”, disse à Jovem Pan o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. “Márcio França sempre teve carta branca para conduzir o processo em São Paulo”, acrescentou o dirigente partidário. Dentro do PT, porém, importantes quadros da legenda defendem que a vaga de vice seja oferecida a um nome que amplie o arco de alianças da candidatura de Haddad – como é o caso da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede), que anunciou sua pré-candidatura à Câmara dos Deputados.

A menção de Siqueira ao PSD ocorre no momento em que o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, negocia se manterá a candidatura própria do partido ao Palácio dos Bandeirantes ou se irá compor a chapa de um dos pré-candidatos ao governo de São Paulo. Em um dos cenários aventados, o ex-prefeito de São José dos Campos Felício Ramuth (PSD) abdicaria de sua postulação para ser vice do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Por outro lado, dirigentes petistas afirmam que existem conversas para que Kassab seja o primeiro suplente de Márcio França no Senado. A adesão do PSD à chapa de Haddad, porém, é improvável, uma vez que a bancada da sigla em São Paulo é alinhada a Bolsonaro. Procurado, Kassab não se manifestou até a publicação desta reportagem.

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