Queiroga não consultou conselhos de secretários de Saúde sobre suspensão da vacinação de adolescentes

Decisão foi considerada como ‘lamentável’ e ‘irresponsável’; Conass e Conasems enviaram ofício à Anvisa questionando medida do Ministério da Saúde

  • Por André Siqueira
  • 16/09/2021 17h07 - Atualizado em 16/09/2021 17h35
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MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO - 01/06/2021 O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, segura caneta Decisão do Ministério da Saúde gerou reação imeadiata de autoridades sanitárias

A decisão do Ministério de Saúde de suspender a vacinação de adolescentes contra a Covid-19 pegou os conselhos estaduais e municipais de saúde de surpresa. Segundo dois secretários ouvidos pela Jovem Pan, Estados e municípios não foram consultados pela pasta comandada pelo ministro Marcelo Queiroga. A medida gerou reação imediata, foi classificada como “lamentável” e “irresponsável” e criticada por criar um racha no país. Em alguns locais, como na cidade de São Paulo, por exemplo, a Prefeitura afirmou que manterá a campanha. Na capital federal, em contrapartida, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), decidiu acatar a orientação do ministério.

Em paralelo, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems) enviaram ofício à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) defendendo a imunização desta faixa etária. “Entendemos que a vacinação dos adolescentes cumpre papel importante na estratégia de controle da pandemia no Brasil, que em cenário anunciado pelo Ministério da Saúde de ampla disponibilidade de doses no PNI, o Brasil deve, conforme autorização da Anvisa, avançar na antecipação da D2 [segunda dose] para 8 semanas, concluir a vacinação da população adulta e avançar na vacinação de adolescentes com ou sem comorbidades”, diz um trecho do ofício.

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