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Questionado sobre conversa com Cid, Lawand Júnior diz que pediu ‘palavra de apaziguamento’

Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos de 8 de Janeiro de 2023 (CPMI - 8 de Janeiro) realiza reunião para ouvir depoimento do coronel do Exército que aparece em troca de mensagens telefônicas com o ex-ajudante de ordens da Presidência da República, defendendo uma intervenção militar após as eleições de 2022. Mesa: advogado do depoente, Ruyter de Miranda Barcelos; advogado do depoente, Itamar Teixeira Barcellos; coronel do Exército, Jean Lawand Junior; 2° vice-presidente da CPMI do 8 de Janeiro, senador Magno Malta (PL-ES).

O tenente-coronel Jean Lawand Júnior, ex-subchefe do Estado Maior do Exército Brasileiro, foi ouvido na CPMI do 8 de Janeiro nesta terça-feira, 27. Questionado sobre as conversas que manteve com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), Lawand declarou que sua intenção era obter uma “palavra de apaziguamento” de Bolsonaro aos seus apoiadores, que se manifestavam após as eleições do ano passado. “A minha ideia, desde o começo, desde a primeira mensagem com o tenente-coronel Cid, foi que viesse alguma manifestação para poder apaziguar aquilo, para que as pessoas voltassem para suas casas e seguissem a vida normalmente”, disse. O militar apareceu em mensagens periciadas pela Polícia Federal no celular do ex-ajudante de ordens. Nas conversas, Lawand Júnior pediu “pelo amor de Deus” que algo fosse feito em relação ao resultado das eleições de 2022.

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Questionado pela relatora Eliziane Gama (PSD-MA) sobre de quem o militar esperava uma manifestação, ele respondeu: “Da parte do governo àquela época formado”. “O presidente Bolsonaro tinha uma liderança sobre a população, pelo menos sobre seu eleitorado”, justificou. A relatora questionou ainda sobre o motivo de o ex-subchefe do Exército pedir a Cid que as conversas com ele fossem realizadas de forma “segura”. “Não me parece uma conversa republicana”, disse a senadora. “Eu queria privacidade para falar com ele, num sentimento meu. Eu queria uma coisa minha com ele, mesmo que fosse uma conversa tranquila”, respondeu o militar. Jean Lewand afirmou ainda que não discutiu com o ex-ajudante de ordens a respeito de tentativa de golpe de Estado. “Em nenhum momento eu falei golpe.”

Durante as horas que seguiram de sessão, Lawand foi por diversas vezes acusado por integrantes da  CPMI, tanto governistas como oposição, de estar mentindo em seu depoimento. “De verdade, o senhor não convence ninguém”, disse o senador Marcos Rogério (PL-RO). “Tenta impor uma narrativa que não para de pé ao menor esforço”, criticou o aliado de Jair Bolsonaro. O deputado Rogério Corrêa (PT-MG) disse a Lawand que seu depoimento denuncia o ex-presidente e que não acredita nas afirmações do militar. “Isso é denúncia que o senhor tá fazendo do presidente Jair Bolsonaro… O senhor tá vendo que o peixe morre pela boca?  O senhor já ouviu esse ditado? Que a mentira tem pena curta, o senhor já ouviu?”, acusou o deputado.

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