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Relator da ação no STF, Fachin vota contra marco temporal para demarcação de terras indígenas

Ministro já havia negado pedido para suspensão do processo no STJ após recurso apresentado pela defesa do ex-presidente

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou contra o marco temporal para demarcação de terras indígenas nesta quinta-feira, 9. Se aprovada, a tese estabelece que os povos indígenas só podem reivindicar a demarcação em terras já ocupadas por eles antes da promulgação da Constituição de 1988. Fachin, que é relator da ação, ressaltou que para os indígenas as terras não tem valor comercial e que a Constituição reconhece a eles o direito aos territórios. O ministro também lembrou que muitos foram expulsos de suas terras mesmo antes de 1988. “Autorizar, à revelia da Constituição, a perda da posse das terras tradicionais por comunidade indígena, significa o progressivo etnocídio de sua cultura, pela dispersão dos índios integrantes daquele grupo, além de lançar essas pessoas em situação de miserabilidade e aculturação, negando-lhes o direito à identidade e à diferença em relação ao modo de vida da sociedade envolvente”, afirmou.

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O marco temporal está em pauta no STF desde o dia 26 de agosto, mas teve as sessões suspensas quatro vezes. Fachin foi o primeiro a votar nesta quinta. Antes do parecer dos outros ministros, o presidente da Corte, Luiz Fux, determinou um intervalo. O voto do relator representa uma vitória para os indígenas, que estão acampados em Brasília há algumas semanas para protestar contra o marco. Já o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se posicionou a favor da tese. Ele alega que, sem o marco temporal, o número de terras demarcadas vai aumentar – o que, segundo ele, prejudicaria o agronegócio.

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