Ricardo Salles desiste de concorrer à Prefeitura de SP: ‘Centrão venceu’

Deputado federal disse ter ‘tomado chapéu’ e criticou possível apoio do PL à reeleição de Ricardo Nunes: ‘Não apoiou Bolsonaro’

  • Por Jovem Pan
  • 05/06/2023 13h41 - Atualizado em 05/06/2023 13h49
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FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Ricardo Salles durante a CPI do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), na Câmara dos Deputados em Brasília (DF), nesta terça-feira (23). Ricardo Salles durante a CPI do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), na Câmara dos Deputados em Brasília (DF), nesta terça-feira (23).

O ex-ministro e deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) desistiu de concorrer à Prefeitura de São Paulo pelo Partido Liberal. A informação foi confirmada pelo parlamentar nesta segunda-feira, 5. Salles, que chefiou a pasta do Meio Ambiente durante o governo Bolsonaro, recebia o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e era o principal cotado para disputar o cargo municipal. No entanto, segundo ele, isso não deve mais acontecer: “Desisti da candidatura. O Centrão venceu e a direita perdeu”, afirmou. A expectativa é que o PL apoie a reeleição de Ricardo Nunes (MDB) na capital paulista, o que desagrada o ex-ministro. “Temos um prefeito que não apoiou Bolsonaro, que é do MDB, cujo partido tem ministério no governo do Lula, tem um monte de petista dentro do governo [de São Paulo]. Quer dizer, não tem nada de direita conservadora e liberal coisa nenhuma. Foi colocado para ser vice do Bruno Covas, nem eleito não foi”, disse Ricardo Salles em entrevista à Jovem Pan News.

A movimentação em prol de um nome forte para disputar as eleições de 2024 em São Paulo buscam construir uma oposição ao também deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), que concorreu à prefeitura em 2020 e chegou ao segundo turno contra o então prefeito Bruno Covas (PSDB), que disputava a reeleição. Neste contexto, Salles defende a necessidade de um nome de direita, mas encontra resistências no Partido Liberal, capitaneadas pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto. Valdemar afirmou nas redes sociais que São Paulo não pode “ter um candidato de extrema direita. Mas quem vai decidir isso é o Bolsonaro”. Na prática, no entanto, o presidente da legenda se reuniu com o ex-mandatário e com Nunes durante evento de formação de oficiais da Polícia Militar na capital paulista. Eles também almoçaram ao lado de empresários e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) – evento que não teve a presença do deputado federal, que explicou a insatisfação.

“São Paulo tem a oportunidade, seguindo o exemplo de Nova York, de implementar o tolerância zero. Para isso, precisa ter pessoas boas. Gente que acredite na nossa proposta da direita. Não se trata de fazer uma aliança apenas para ganhar a eleição, claro que é importante ganhar. Mas é importante defender o que você acredita. Se faz aliança com qualquer um, se mistura com pessoas que a rigor não deveria se misturar”, comentou, afirmando ter “tomado chapéu”. “Eu ia ser [candidato], mas agora estou tomando chapéu dessa turma da política professional. (…) É uma cooptação das velhas raposas da política”, desabafou.

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