‘Situação narrada não configura nenhum tipo de crime’, diz Flávio Bolsonaro sobre declarações de Marcos do Val

Senador afirmou que encontro entre ex-presidente e Do Val não era ilegal mas que Daniel Silveira tentou convencê-los de adotar conduta ‘inaceitável’ e ‘absurda’

  • Por Jovem Pan
  • 02/02/2023 12h59
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TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Flavio Bolsonaro Senador ainda pediu que todos os esclarecimentos referentes ao ocorrido sejam feitos para evitar criação de narrativas

Durante cerimônia no Senado Federal, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) confirmou a ocorrência de encontro entre o senador Marcos do Val e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante seu período no governo. Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 2, do Val afirmou que recebeu uma proposta do ex-deputado Daniel Silveira em reunião com Bolsonaro, tentando coagi-lo a ajudar em um plano para contestar os resultados das eleições de 2022. Na ocasião, teria sido discutida uma tentativa de golpe de Estado por parte de Silveira. “Sobre o que está sendo noticiado hoje com relação ao senador Marcos do Val, ele já havia me relatado o que tinha acontecido, que isso seria trazido a público. Contudo, na linha de que essa reunião que aconteceu, ela seria uma tentativa de um parlamentar de demover as pessoas que estavam nessa reunião de fazer algo absolutamente inaceitável, absurdo e ilegal”, afirmou Flávio Bolsonaro. “Eu peço aqui, obviamente, que todos os esclarecimentos sejam feitos e eu não peço nem abertura de inquérito, porque a situação narrada não configura nenhum tipo de crime. Mas que todos os esclarecimentos sejam feitos para que não fiquem narrativas em cima de narrativas no intuito de superar os fatos. Fato é que dia 31 de dezembro o presidente Bolsonaro deixou a presidência”, declarou o filho do ex-presidente.

Marcos do Val afirmou que Silveira intermediou um encontro com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) em dezembro, no qual o deputado apresentou a “missão” de Do Val, que teria que se aproximar do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para gravar, sem autorização, conversas que comprometessem o magistrado e facilitassem o caminho para contestação dos resultados do pleito. Do Val negou a proposta e reportou a conversa para o próprio ministro do STF. Questionado sobre a participação de Bolsonaro no plano de Silveira, Do Val disse que o presidente estava em posição similar à sua, escutando a ideia do deputado, mas sem tentar influenciá-lo a aceitar a proposta. “O presidente estava numa posição semelhante à minha, escutando a ideia esdrúxula. Ele não falou para eu pensar. Ele não impediu o Daniel, mas estava claro que era o Daniel desesperado por conta disso”, disse o senador. O parlamentar também afirmou que não tinha conhecimento dos documentos vazados que mostravam o planejamento de uma tentativa de golpe de Estado. “Quando aconteceu o vazamento do tal documento, eu não tive nem conhecimento desse documento. Me perguntaram desse tal documento planejando uma tentativa de golpe de Estado e ninguém nunca me comentou sobre isso, não tinha conhecimento nenhum e nem foi citado lá”, afirmou Do Val.

 

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