Soraya Thronicke repudia projeto que equipara aborto a homicídio: ‘Quer impor a sua fé’

Senadora rechaçou PL do Aborto e questionou os parlamentares homens o que eles fariam se suas parceiras ou filhas fossem estupradas

  • Por Tamyres Sbrile
  • 19/06/2024 19h23
Pedro França/Agência Senado Soraya Thronicke Senadora rechaçou PL do aborto durante fala na última terça-feira (18)

Na última terça-feira (18), durante um pronunciamento, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) censurou a sessão de debates temáticos sobre assistolia fetal, realizada no Plenário do Senado no dia (17) e repudiou o projeto de lei (PL) 1.904/2024, que equipara o aborto após 22 semanas, inclusive nos casos de estupro, ao crime de homicídio. O texto, que tramita na Câmara, foi defendido durante a sessão temática, que não teve nenhuma opinião contrária.  Durante a sessão, uma atriz interpretou um feto sendo abortado. A senadora manifestou o quanto ficou indignada com a cena, e indagou se também haveria uma encenação de estupro contra criança no Plenário do Senado. “A Bancada Feminina é a favor da vida e o aborto é proibido no nosso país, com três exceções dificílimas: o feto anencéfalo, risco de morte da mãe e o estupro. E não é obrigada a abortar quem foi estuprada e por acaso engravidou. Vai quem quer, de acordo com a sua fé, com a sua consciência. Por quê? Porque o Estado é laico. E, justamente, quem tanto fala em liberdade quer tolher a liberdade alheia, quer impor a sua fé. Um verdadeiro fundamentalismo! Isso é ditadura. Então, é tão contraditório que chega a ser vergonhoso”, declarou.

cta_logo_jp
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

A senadora rechaçou o PL 1.904/2024. Ela defendeu a legislação atual. “Um detalhe importante: não é descriminalizar. Sabe por quê? Porque é crime abortar, porém não se penaliza, é diferente, continua cometendo um crime, mas não se penaliza porque o fato de ter sido estuprada já é dor suficiente para a pessoa”, enfatizou.

A senadora ainda fez um questionamento com os parlamentares homens e perguntou qual seria a posição deles caso as filhas ou parceiros fossem estupradas.

“Se é a filha de um parlamentar aqui, com 10 anos, com 11 anos, com 18 anos, com 20 anos, que é estuprada; esse parlamentar, diante de um flagrante delito, é obrigado a denunciar, e ele vai fazer o quê? Vai denunciar a filha para 20 anos de cadeia? E se a mulher de um parlamentar for estuprada e engravidar? Se esta mulher engravidar, este parlamentar vai fazer o quê?”, indagou.

Fonte: Agência Senado

 

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.