STF pede à PGR investigação contra Carla Zambelli após deputada apontar arma a homem

Vídeos publicados nas redes sociais mostram a parlamentar armada perseguindo um militante pela rua

  • Por Tatyane Mendes
  • 30/10/2022 15h57 - Atualizado em 30/10/2022 17h30
ANDRÉ RIBEIRO / FUTURA PRESS / ESTADÃO CONTEÚDO Carla Zambelli fala durante ato na Avenida Paulista Carla Zambelli é uma das apoiadoras mais próximas do presidente Jair Bolsonaro

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre petições de punição à deputada federal Carla Zambelli (PL) após terem vindo à tona vídeos nos quais ela aparece aponta uma arma a um homem negro desarmado. Nas filmagens, Zambelli persegue um militante de oposição ao governo Bolsonaro, com arma em punho, pelas ruas da capital paulista. O fato ocorreu um dia antes do segundo turno das eleições de 2022, realizado no domingo, 30. A decisão do STF pede que o procurador Augusto Aras se posicione sobre os fatos da notícia-crime em três dias, como determina o regimento interno do Supremo. Uma das petições foi apresentada pelo Partido dos Trabalhadores e por deputados federais e traz uma notícia-crime por discussão política. O documento pede instauração de inquérito e aplicação de medidas cautelares.

No sábado, 29, Zambelli afirmou que reagiu após ser agredida e informou que já estava registrando um Boletim de Ocorrência. No relato publicado nas redes sociais neste sábado, ela disse que saia de um restaurante quando foi abordada por um grupo de apoiadores do PT. “Vários homens se aproximaram e uma mulher com uma camisa vermelha ficou dando cobertura. Eles me empurraram, até me machucaram aqui [na perna], me jogaram no chão, me chamaram de filha da p*ta, de prostituta, mandaram eu tomar no cu, e ele cuspiu em mim várias vezes”, contou. Nos trechos mostrados em vídeo, é possível ver que a deputada caiu sem interferência externa, se levantou e correu atrás do homem que acusou como agressor com a arma em mãos. “Falei que ia chamar a polícia e que ele tinha que ficar aqui para esperar a polícia chegar. Ele se evadiu, eu saquei a arma e saí correndo atrás dele pedindo para ele parar. Ele ficou com medo e parou dentro de um bar. Pedi para ele esperar porque ia chamar a polícia, ia dar flagrante. Ele começou a pedir desculpa porque estavam filmando.” De acordo com a deputada, quando as pessoas em volta pararam de gravar, o homem voltou a ter um comportamento agressivo, mas foi retirado do local. A deputada anotou a placa do carro em que o homem estava e disse que passou todas as informações para a polícia.

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