‘Um dos grandes erros da minha vida’, diz Renato Feder sobre recusa de livros didáticos
Em agosto, secretario de Educação de SP decidiu não aderir mais ao PNLD para substituir os livros por um material exclusivo e 100% digital; chefe da pasta voltou atrás após críticas de professores e especialistas
O secretário de Educação de São Paulo, Renato Feder, admitiu na última quarta-feira, 27, que foi um erro a recusa de 10 milhões de livros didáticos e a decisão de substituir o material de ensino da rede estadual por conteúdo exclusivamente digital. “Um dos grandes erros da minha vida”, “não era inteligente”, disse o secretário em uma sessão do Conselho Estadual de Educação. Na reunião, o secretário agradeceu as orientações que deram as conselheiras de educação escolhidas pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). Especialistas na área, as conselheiras apontaram ao secretário os motivos de aquela decisão não ser correta, colaborando para que ele recuasse da iniciativa. “É muito bom poder contar com esse conselho técnico e esta deve ser uma tendência (do governo do Estado)”, disse Feder.
No início de agosto, o jornal “Folha de S. Paulo” revelou os planos do governo paulista de não aderir mais ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do governo federal, e substituir os livros por um material didático 100% digital e exclusivo. O PNLD, que existe há décadas no MEC (Ministério da Educação), conta com obras que seguem um edital rigoroso e são avaliadas por professores de universidades federais. Por isso, a saída de São Paulo do programa causou preocupação em especialistas da educação. Ao mesmo tempo, a concentração de todo o material didático em formato digital foi apontada como um possível agravante à desigualdade na educação no Estado, já que nem todas as crianças da rede pública têm acesso à internet e a aparelhos tecnológicos para acessar aos conteúdos de maneira eficiente.
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