Witzel, Wilson Lima e Ibaneis são convocados para depor na CPI da Covid-19; veja lista completa

Senadores também aprovaram reconvocação de Eduardo Pazuello e do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e de assessores do presidente Jair Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 26/05/2021 13h27 - Atualizado em 26/05/2021 15h33
MAGA JR/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO O governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel Além de Witzel, foram aprovadas as convocações de governadores de nove Estados

Os senadores que integram a CPI da Covid-19 aprovaram, nesta quarta-feira, 26, a convocação de nove governadores, do ex-governador do Rio Wilson Witzel, de assessores do presidente Jair Bolsonaro e de ex-auxiliares do Ministério da Saúde. Além disso, foram reconvocados o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o atual comandante da pasta, Marcelo Queiroga. A sessão também foi marcada por um bate-boca entre o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), e o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), integrante da tropa de choque do governo no colegiado.

Além de Wilson Witzel, que sofreu impeachment por ter sido considerado culpado por crime de responsabilidade na gestão de contratos na área da Saúde durante a pandemia, foram convocados nove governadores: Wilson Lima (AM), Hélder Barbalho (PA), Mauro Carlesse (TO), Carlos Moisés (SC), Antônio Denarium (RR), Waldez Góes (AP), Coronel Marcos Rocha (RO), Wellington Dias (PI) e Ibaneis Rocha (DF). O requerimento que pedia a convocação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), foi retirado de pauta porque os senadores entenderam que ele não era responsável pela gestão do Estado quando a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação, em maio de 2020, para apurar indícios de desvios de recursos públicos para o combate da Covid-19.

Os senadores também aprovaram as convocações de Arthur Weintraub, ex-assessor do presidente Jair Bolsonaro, e Carlos Wizard Martins. O irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub e o empresário são apontados como dois membros do suposto gabinete de assessoramento paralelo, que teria sido utilizado para definir políticas públicas de enfrentamento da crise sanitária sem respaldo científico. O assessor da Presidência para assuntos internacionais, Filipe Martins, também será ouvido. Em seu depoimento à CPI, o ex-presidente da Pfizer no Brasil Carlos Murillo afirmou que Martins participou de uma reunião com executivos da farmacêutica para discutir a aquisição de vacinas contra o coronavírus.

A comissão também aprovou a convocação de Paulo Baraúna, diretor da White Martins, empresa responsável pelo fornecimento de oxigênio, Airton Soligo e Markinhos Show, que assessoraram Eduardo Pazuello durante sua gestão à frente do Ministério da Saúde, e Luana Araújo, ex-secretária de enfrentamento à Covid da pasta Luana Araújo – ela deixou o cargo uma semana depois de ser anunciada. O requerimento para convocação do pastor Silas Malafaia, apresentado pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO), foi negado pelo presidente da CPI, Omar Aziz.

Bate-boca 

A sessão também foi marcada por um bate-boca entre Omar Aziz e Eduardo Girão. Apesar do acordo firmado para que a CPI não votasse, ao menos por ora, a convocação de prefeitos, Girão, aliado do Palácio do Planalto, cobrou a análise destes requerimentos. Aziz, então, subiu o tom contra o colega de comissão: “Vossa Excelência é um oportunista. Um oportunista pequeno. Vossa Excelência estava lá [na reunião secreta que ocorreu logo após o início da reunião], escutou o que acordamos. Toda a sociedade brasileira que tem inteligência sabe que Vossa Excelência está aqui com um único objetivo: que a gente não investigue por que não compramos vacina. Vossa Excelência não entende patavina de saúde e quer impor a cloroquina na cabeça da população. É um oportunista, oportunista. [Senadores pedem calma] Calma, não. Acordamos lá. O que mais repeti lá? ‘O Girão vai querer tirar proveito disso’. Falei ou não? Vossa Excelência não respeita ninguém, age sorrateiramente, não quer a verdade. Não me diga que é meu amigo, não, porque não é, não. É sorrateiro”, disse Aziz.

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