Portugal põe estações de trem abandonadas à venda
Aitor Álvarez García.
Lisboa, 30 jan (EFE).- As estações de trem abandonadas de Portugal estão à venda, e qualquer cidadão ou empresa pode comprá-las graças a uma iniciativa da empresa pública de infraestruturas ferroviárias Refer para tentar atenuar seu déficit.
As opções são diversas. Existem estações às margens do Rio Douro, no meio do campo de Trás-os-Montes, ou com vista para o oceano Atlântico.
Elas podem ser transformadas em hotéis, albergues, restaurantes, sedes de associações ou edifícios para a administração. O preço depende do uso que se queira dar ao espaço e será estabelecido com a própria Refer, segundo fontes da empresa pública, que terá que ser convencida pelo projeto para dar sinal verde à transação.
O objetivo desta iniciativa, afirmaram fontes da Refer à Agência Efe, é evitar “a degradação dos espaços e os atos de vandalismo” aos quais estão submetidas as estações à venda e, para isso, serão colocadas “a serviço do povo, complementando e valorizando as economias e comunidades locais”.
A empresa que administra as infraestruturas ferroviárias do país prevê, com esta venda de patrimônio, “evidentes lucros no referente à imagem” da própria Refer.
Em algumas das estações ainda se pode escutar, de vez em quando, a passagem dos trens. Em outras, o barulho é bem menor porque as locomotivas há muito tempo não ressoam em sua passagem pelos trilhos, e os novos usuários são ciclistas e pedestres.
Também estão sendo oferecidos outros ativos, hoje inutilizados e pertencentes à empresa ferroviária, um armazém na região do Alentejo ou um terreno no centro da turística cidade de Sintra, próxima a Lisboa.
A empresa pública, por meio de sua divisão Refer Patrimônio, conta em seu site com catálogos que incluem todos os ativos à venda ou que são oferecidos em regime de concessão por um número determinado de anos.
No caso da estação à margem do Douro, o site indica que o local pode ser transformado em um imóvel residencial ou comercial, ou mesmo para oferecer serviços adicionais à via verde para bicicletas que agora lá existe, depois que os trilhos caíram em desuso.
O site também exibe fotografias de todos os imóveis e terrenos, que em muitos casos têm um aspecto que revela vários anos de abandono.
É o caso de outra antiga estação de trem no pequeno povoado de Fortunho, a 100 quilômetros do Porto, que não tem mais o telhado; ou o de outro edifício ferroviário em Casa Branca, entre Lisboa e Évora, que tem a maior parte de suas janelas quebradas.
Outros imóveis mostram, no entanto, bom aspecto, como é o caso de um edifício em desuso do bairro de Santa Apolonia, em Lisboa. A empresa ferroviária sugere um futuro uso como alojamento turístico em seus 1.200 metros quadrados de terreno.
Também ficaram em desuso armazéns, escritórios, apartamentos e até mesmo extensos terrenos com vias de trem onde há anos manobravam ou estacionavam as locomotivas e os vagões portugueses.
Perto da capital lusa, na linha de trem de Cascais, a praia dos lisboetas por excelência, é oferecida a casa que antigamente pertencia ao encarregado de fazer funcionar um dos trechos da linha, muito perto do mar.
E para quem preferir uma propriedade na própria Lisboa, a Refer oferece terrenos em pleno centro da capital, ao lado das turísticas e comerciais Praça dos Restauradores e Avenida da Liberdade. EFE
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