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Povo judeu celebra Páscoa, que lembra a saída do Egito

Judeu ortodoxo queima pedaços de pão na parte de fora de Tel Aviv

Daniela Brik.

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Jerusalém, 14 abr (EFE).- Os judeus de todo o mundo começam a celebrar nesta segunda-feira sua Páscoa ou “Pessach”, uma festividade na qual se abstêm de comer pão e alimentos fermentados durante sete dias, marcando assim o início da primavera e o êxodo que os salvou da escravidão no Egito há 3.500 anos.

A celebração, que se prolonga até 22 de abril, começa nesta noite com o jantar do “Seder”, uma reunião em família em que já não há fermento e que todo judeu, seja ortodoxo, secular ou reformista, celebra com alegria.

Durante a noite, é contada a épica saída do Egito, guiada por Moisés, e as pessoas comem os alimentos que simbolizam as amarguras e as infelicidades que seus antepassados viveram durante aquela travessia no deserto.

Assim, ao longo da noite os convidados reunidos em torno da mesa leem e cantam a “Hagada”, que conta a história dos israelitas sob o jugo do faraó, os diversos pedidos de Moisés para que libertasse seu povo, das Dez Pragas que caíram sobre o Egito e a fuga de milhares de pessoas atravessando um Mar Vermelho aberto em canal.

A celebração é principalmente para as crianças. A elas, os pais contam a lenda e os fazem ficar acordados participando das tradicionais canções e da busca por um pedaço de pão sem fermento, o “Afikoman”, escondido em algum cantinho da casa.

Mais no final, diversas fogueiras são acesas em todo o país. Nesse momento, os mais tradicionalistas queimam os últimos pedaços de pão, que substituirão, a partir de hoje, por uma espécie de torta fina feita com água e farinha.

A história conta que, tendo que escapar o mais rápido possível do Egito, os israelitas não puderam assar o pão corretamente e tiveram que se conformar com uma massa não fermentada, a “matza”.

Há dias, vários supermercados mantêm lacrados e cobertos com lonas as seções com produtos que contêm fermento, assim como os cereais e os legumes. No entanto, nos últimos anos, o costume de não comer cereais parece estar perdendo força, pois um de seus principais argumentos, que data da Idade Média na Europa e apontava que os grãos podiam se misturar entre os legumes, não têm mais sentido na moderna Israel.

Entre as comunidades sefarditas (descendentes dos judeus que viveram na Península Ibérica) a proibição nunca foi aceita e o consumo de legumes durante a Páscoa continuou.

O “Pessach” coincide neste ano com a Semana Santa católica e ortodoxa, um dos momentos de grande fluxo de turistas e peregrinos na região. Segundo cálculos do Ministério de Turismo de Israel, 125 mil visitantes irão ao país nesses dias e 85% irão a Jerusalém.

“É emocionante e um privilégio poder passar a festa da liberdade em Israel”, afirmou à Agência Efe Verónica Polaski, uma turista argentina. Respeitando a tradição de não comer pão durante a semana pascal judia, a turista garante que a festividade lembra sua infância, passado, a história da família. EFE

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