Prefeitura quer reduzir 30% dos carros nas ruas com “Uber lotação”
A Prefeitura quer diminuir em 30% a quantidade de carros que circulam nas ruas de São Paulo com a criação da “Uber lotação”. O modelo proposto é para que usuários de aplicativos de carona remunerada paguem mais barato pela viagem, caso os passageiros dividam o mesmo veículo do serviço. O projeto de lei para regulamentar as tecnologias é desenvolvido pelo vereador José Police Neto (PSD) em parceria com a gestão Fernando Haddad (PT).
De acordo com publicação no Diário Oficial, a frota atual de São Paulo é de 5,7 milhões de automóveis de passeio – uma média de um carro para cada dois paulistanos. Segundo o prefeito Fernando Haddad, cada um dos veículos transporta, em média, apenas 1,2 pessoa por vez. “Se nós aumentarmos o número de passageiros por carro de 1,2 para 1,8 com compartilhamento de trajetos, vamos reduzir 30% a frota circulante”, afirmou nesta sexta-feira, 15. “Ou seja, é o fim dos problemas de mobilidade na cidade.”
A intenção é aprovar a regulamentação do serviço até o fim do mês. De acordo com a última versão da proposta, as operadoras que se credenciarem – além da Uber, estima-se que ao menos outras três ou quatro empresas devam aderir ao modelo – pagarão menos para rodar pela cidade caso utilizem a capacidade máxima de seus veículos em cada viagem.
A lei terá como base a criação de um sistema de controle do viário urbano, a partir da venda de créditos. Os descontos serão definidas de acordo com a quantidade de passageiros e podem passar de 50%. A proposta discute também a possibilidade de a operadora receber crédito, em vez de pagar por eles, caso faça compartilhamento de viagens.
Um dos desafios da Prefeitura é quebrar a oposição de taxistas em relação ao projeto de lei. Para Haddad, a proposta deve sofrer uma “resistência inicial”, a exemplo de outras medidas de transporte público, como as faixas exclusivas de ônibus e a redução da velocidade máxima na cidade. “À medida que o tempo passa, as políticas de mobilidade vão se naturalizando”, afirmou “Em relação ao transporte compartilhado, acho que vai ser o mesmo processo. Uma resistência inicial e depois uma compreensão paulatina sobre as vantagens.”
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