Presidente da Guiana expõe concentração de tropas venezuelanas em fronteira

  • Por Agencia EFE
  • 22/09/2015 17h10

San Juan, 22 set (EFE).- O presidente da Guiana, David Granger, denunciou nesta terça-feira um aumento das tropas venezuelanas destacadas junto à fronteira, um dia depois que anunciou que recorrerá à Corte Internacional de Justiça para resolver a disputa fronteiriça pela região de Essequibo.

“Recebemos relatórios recentes de que a Venezuela fez um desdobramento militar extraordinário na fronteira, o que afeta a defesa territorial da Guiana”, disse Granger em entrevista coletiva convocada de emergência.

Granger disse que a Guiana tem o direito de assumir que esta presença “anormal” de tropas na fronteira é uma ameaça para sua integridade territorial e por isso o governo prepara-se para proteger seu território.

“É muito provocativo e entendemos que a Venezuela está empreendendo uma rota muito perigosa ao invés de buscar uma resolução pacífica ao assunto”, disse o presidente da Guiana, após indicar que está familiarizado com o comportamento militar do país vizinho.

Granger sustentou hoje uma reunião não prevista com seu primeiro-ministro, Moses Nagamootoo, perante a situação na fronteira.

“A situação piora ao invés de melhorar, apesar da Venezuela atualmente ter uma controvérsia de grandes proporções com a Colômbia”, disse.

Granger tinha apontado há poucos dias que previa se reunir durante esta semana nas Nações Unidas com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e possivelmente também com seu colega venezuelano, Nicolás Maduro, em uma tentativa de acercar posições.

O presidente da Guiana buscou o apoio de nações latino-americanas e de todo o continente antes da mensagem que pronunciará perante a Assembleia Geral da ONU na próxima sexta-feira.

“Minha mensagem será a de que a Guiana resolveu este assunto territorial 116 anos atrás e agora a reivindicação da Venezuela afeta nosso desenvolvimento. Afasta investidores e cria um ambiente de tensão e suspeita”, disse Granger.

A disputa fronteiriça entre Venezuela e Guiana foi reativada no final de maio depois que a companhia Exxon Mobil descobriu uma jazida de petróleo no litoral de Essequibo.

A disputa sobre essa zona, de 160 mil quilômetros quadrados e muito rica em recursos naturais, se mantém há cerca de um século.

O litígio se remonta à época em que a Guiana era colônia britânica e está sob mediação constante das Nações Unidas desde a assinatura do Acordo de Genebra em 1966 por ambos Estados. EFE

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