Presidente de Korean Air pede perdão a chefe de cabine do “caso das nozes”

Seul, 30 jan (EFE).- O presidente de Korean Air, Cho Yang-ho, pediu desculpas nesta sexta-feira ao chefe de cabine que sua filha expulsou de um avião no célebre “caso das nozes” como é conhecido, durante seu comparecimento na segunda sessão em Seul do julgamento do incidente.

“Sinto grande vergonha pela situação que a tripulação teve que passar e peço desculpas como presidente da Korean Air”, afirmou Cho Yang-ho, que compareceu no tribunal do distrito da capital sul-coreana na qualidade de testemunha.

O pai de Cho Hyun-ah, acusada de obstruir a lei de segurança aérea ao expulsar o chefe de cabine de um avião já na pista, convidou o funcionário a continuar atuando na companhia e se comprometeu a tomar “as medidas necessárias” para facilitar o trabalho dos empregados da empresa.

A herdeira da companhia aérea foi presa em 30 de dezembro após protagonizar uma polêmica por sua decisão de expulsar no começo de dezembro o chefe de cabine do avião em que estavam porque uma aeromoça tinha servido as nozes de macadamia em um pacote em vez de um prato, o que seria incorreto.

A aeromoça também compareceu hoje como testemunha no julgamento, e disse que Korean Air entrou em contato com sua mãe e para lhe oferecer um bom posto de trabalho em troca de testemunhar a favor da empresa.

No julgamento iniciado no último dia 19, os promotores apresentaram diversas acusações contra Hyun-ah, que incluem violações das normas de aviação, entre elas mudar planos de voo, cometer agressões em um avião e interferência na execução do dever. No primeiro dia de julgamento a defesa insistiu na inocência da ex-executiva e rejeitou a maioria das acusações.

A filha do presidente, de 40 anos, renunciou seu cargo de vice-presidente da Korean Air dias depois do incidente ocorrido no aeroporto JFK de Nova York.

O caso despertou grande interesse na Coreia do Sul, por conta do vasto grande das famílias proprietárias dos “chaebol” (conglomerados empresariais como Korean Air, Samsung e Hyundai) que ostentam uma enorme influência política e econômica no país. EFE