Presidente do Afeganistão afirma que situação em Kunduz está sob controle
Cabul, 29 set (EFE).- O presidente do AfeGhanistão, Ashraf Ghani, afirmou nesta terça-feira que a situação em Kunduz está sob controle, embora continue a operação militar para recuperar essa estratégica cidade do norte do país que foi tomada ontem pelos talibãs.
“Quero garantir a todos meus concidadãos que a situação em Kunduz está sob controle. As forças de segurança fizeram progressos. Alguns edifícios governamentais foram recuperados”, disse Ghani em entrevista coletiva.
“Devemos continuar com nossas vidas com tranquilidade e confiar nas forças de segurança”, disse o presidente, que completa hoje um ano no poder, um dia depois de os talibãs alcançarem sua maior conquista militar desde a queda do regime, em 2001.
Ghani indicou que os talibãs estão utilizando aos civis como “escudos humanos” e que suas ordens são “prestar atenção às vidas dos civis”, por isso o exército não pode bombardear a cidade, chave para as comunicações do norte do país.
As forças de segurança afegãs lançaram esta manhã uma ofensiva para recuperar Kunduz, com operações terrestres com o apoio aéreo dos Estados Unidos, que realizou bombardeios na província.
Ghani afirmou que os insurgentes sofreram muitos baixas na operação e que suas tropas estão lutando “profissionalmente”.
“Esta é uma guerra imposta por uma pessoa que morreu há dois anos, na maior mentira da história”, ressaltou, em referência à morte do líder talibã mulá Omar em 2013, anunciada somente em julho.
O ministro da Defesa, Masoum Stanikzai, deu detalhes sobre a queda da cidade, que contou com a participação de insurgentes estrangeiros.
“Um grande número de combatentes estrangeiros da Ásia Central participaram da operação”, afirmou Stanikzai, ao explicar que alguns talibãs se infiltraram na cidade durante a celebração da festa do cordeiro e que tiveram ajuda a partir de dentro da cidade.
O ministro indicou que os insurgentes lançaram também um ataque no distrito de Eshkamish, da vizinha província de Takhar, mas foram repelidos pelo exército.
Ghani completa um ano no poder com uma crescente perda de segurança e desaceleração econômica, que coincide com a saída das tropas estrangeiras do país.
A Otan mantém quatro mil militares na missão de assistência e capacitação “Apoio Decidido” no Afeganistão, e os EUA realizam uma operação de combate – “antiterrorista” – com 9.800 militares, que permanecerão no país até o final do ano. EFE
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