Primeiro-ministro da Crimeia antecipa referendo sobre estatuto da região

  • Por Agencia EFE
  • 01/03/2014 08h43
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Kiev, 1 mar (EFE).- O primeiro-ministro pró-russo da Crimeia, Sergei Axionov, anunciou neste sábado a antecipação do referendo sobre estatuto de autonomia regional para o próximo dia 30 de março, em vez de 25 de maio, data que havia sido estipulada nesta semana pelo Parlamento local.

“Devido à complicada situação e entendendo que o atual conflito já saiu dos limites razoáveis, tomamos a decisão de antecipar o referendo e planejamos celebrá-lo na data de 30 de março deste ano”, afirmou Axionov, segundo a imprensa russa.

O anúncio foi realizado durante a primeira sessão do novo Executivo pró-russo da Crimeia, designado na última quinta-feira pelo Parlamento da região autônoma.

Na última quinta, além da designação do Executivo, o Parlamento da Crimeia também aprovou a realização de uma consulta popular para ampliar a autonomia desta república ucraniana com a maioria da população de russoparlantes.

Axionov assegurou que o governo da Crimeia “garantirá a todos os cidadãos, independentemente de sua origem nacional, um enfoque real e justo para a resolução dos problemas”. “Lhes asseguro que não têm, em absoluto, nada que temer”, disse o primeiro-ministro pró-russo em alusão às minorias ucraniana e tártara (pró-ucraniana) que vivem nesta península às margens do Mar Negro.

De acordo com a decisão adotada na última quinta pela Rada Suprema da Crimeia (Legislativo), a pergunta que da consulta popular será: “Apoia o senhor a autodeterminação da Crimeia no seio da Ucrânia sobre a base dos acordos e tratados internacionais?”.

Anteriormente, o referendo havia sido marcado para o dia 25 de maio, coincidindo a consulta com as eleições presidenciais antecipadas convocadas na Ucrânia.

“Estamos convencidos que só um referendo para a reforma do estatuto de autonomia e a ampliação de suas prerrogativas permitirá aos crimeanos determinar por si próprios, sem pressões exteriores e ditado, o futuro de sua autonomia”, assinalou a Presidência do Parlamento.

No entanto, o governo da Crimeia não reconhece a consulta como uma tentativa de alcançar sua independência da Ucrânia e ressalta que o objetivo é fazer com que a península seja “uma autêntica república autônoma no marco da Ucrânia”, com a ampliação de suas competências. EFE

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