Primeiro-Ministro diz que Ucrânia responderá se Rússia invadir seu território
Bruxelas, 6 mar (EFE).- O primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, advertiu hoje que seu país “responderá” se o território do país for invadido por “forças estrangeiras”, e classificou de ilegal o referendo convocado pelos separatistas da região autônoma da Crimeia.
“Se o território da Ucrânia for invadido por forças estrangeiras, o governo e o exército ucranianos atuaremos de acordo com a Constituição e a legislação. Estamos preparados para proteger nosso país”, afirmou Yatseniuk.
“Rússia não é um amigo. É inaceitável que no século 21, sem nenhuma base legal, um país que tem armas nucleares decida da noite para o dia invadir outro país”, disse o primeiro-ministro, que apesar das críticas reiterou a predisposição de Kiev para negociar.
Em entrevista coletiva após uma reunião de quase três horas com os chefes de Estado e governo da União Europeia (UE), Yatseniuk pediu que a Rússia retire suas tropas da Crimeia, assim como o apoio aos separatistas, que convocaram um referendo sobre a questão para 16 de março.
“É uma decisão ilegítima, e esse referendo não tem base legal alguma. O governo da Ucrânia pede à Rússia que não apoie os que buscam o separatismo. A Crimeia é e será uma parte integral da Ucrânia”, afirmou.
A Ucrânia, segundo o primeiro-ministro, “está disposta a negociar”. Mas “não para nos render nem para nos subordinarmos à Rússia”, disse o primeiro-ministro. “A Rússia é reticente a negociações, nós não”, acrescentou.
Para o primeiro-ministro interino, a ação da Rússia na Crimeia é uma “agressão militar” e um “uso inaceitável da força militar russa”.
O governante disse ainda que apoia o exército ucraniano e o parabeniza “pela maneira que está abordando a crise na Crimeia”.
“Urgimos ao governo russo que retire suas tropas para seus quartéis, que não apoie ao ilegítimo governo da Crimeia e comece conversas e negociações políticas”, pediu Yatseniuk.
O primeiro-ministro ressaltou que a Ucrânia abandonou as armas nucleares em 1994 e que os signatários do Memorando de Budapeste garantiram então a soberania e integridade territorial do país.
Yatseniuk alertou que a crise pode ter “implicações negativas” sobre o atual programa de não-proliferação nuclear.
O primeiro-ministro também agradeceu à UE por manter um diálogo com o governo ucraniano com o objetivo de “estabilizar a situação” no país e “regular a crise política e militar em curso”.
“É uma crise militar não só na Ucrânia, mas para toda a UE”, enfatizou, ao mesmo tempo em que disse acreditar que a situação pode ser solucionada de “maneira pacífica”. EFE
emm-rja/dk
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.