Procuradoria suspeita de fraude em crematório onde foram achados 60 corpos

  • Por Agencia EFE
  • 06/02/2015 18h32

Cidade do México, 6 fev (EFE).- A procuradoria do estado de Guerrero, no México, disse nesta sexta-feira que a descoberta de “60 corpos” em um crematório abandonado no porto de Acapulco pode dever-se a uma “fraude” dos responsáveis do local por “não ter cremado os corpos”, que estavam “perfeitamente embalsamados”.

Os corpos, que estavam “preparados para sua cremação”, serão submetidos a “estudos de antropologia legista, genética, criminalística de campo, fotografia legista, medicina legista e odontologia legista”, indicou a procuradoria em comunicado.

Estes testes permitirão estabelecer “a causa legal da morte”, assim como “a data e hora provável de sua morte”, afirma o comunicado, segundo o qual entre os corpos havia “mulheres, homens e crianças”.

A procuradoria informou também que abriu uma investigação “contra quem seja responsável pela possível comissão dos delitos contra o respeito aos corpos ou restos humanos, e contra as normas de inumação e exumação”.

O comunicado detalha que a presidente da Associação de Funerárias de Guerrero e os responsáveis das funerárias de Acapulco declararam às autoridades que o crematório, propriedade de Guillermo Estua Zardain, estava “fechado há um ano por falência ou fraude”.

A procuradoria disse que pediu às funerárias os contratos realizados com o crematório, assim como os expedientes das pessoas que receberam de 2013 até hoje “para determinar o tipo de pessoa, sexo, nome e possa realizar-se a identificação e a comparação genética”.

“Ao não ter cremado os corpos, foram descumpridas as normas sanitárias de caráter federal, estadual e municipal”, destaca o comunicado.

Os corpos foram achados na noite da quinta-feira no crematório situado na estrada Cayaco-Puerto Marqués, perto da área residencial Diamante, após uma denúncia dos vizinhos, que sentiram o forte odor produzido pelos corpos.

A cerca de 200 quilômetros de Acapulco se encontra Iguala, o município no qual no último dia 26 de setembro desapareceram 43 estudantes da Escola Normal de Ayotzinapa após serem atacados por policiais locais corruptos que os entregaram ao cartel Guerreros Unidos.

Segundo o testemunho de alguns dos criminosos detidos desde então por este caso, os jovens foram assassinados e seus corpos queimados em um depósito de lixo da cidade vizinha de Cocula. EFE

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