Protestos violentos anti-França deixam 4 mortos no Níger

  • Por Agencia EFE
  • 16/01/2015 21h08
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Niamey, 16 jan (EFE).- Protestos violentos anti-França acabaram em conflito na cidade de Zinder, no centro-oeste do Níger, matando quatro pessoas, três delas civis e um integrante das forças de segurança, nesta sexta-feira.

As mortes foram confirmadas pelo ministro do Interior do país, Massoudu Hachoumi, que explicou que dois dos civis foram atingidos por tiros disparados pela polícia. A outra vítima morreu por causa do uso de gás lacrimogênio quando uma multidão tentou invadir uma delegacia local e foi contida pelos agentes.

Já o integrante da Gendarmeria de Níger morreu esmagado por um veículo, afirmou Hachoumi.

Pelo menos dez igrejas e vários outros edifícios foram incendiados no protesto, convocado a princípio para criticar a presença do presidente do país, Mahamadou Issoufou, na manifestação de Paris contra os atentados jihadistas que deixaram 17 mortos.

O Instituto Francês, uma escola de missionários e a sede do Partido Nigeriano Para a Democracia e o Socialismo, partido do presidente, foram atacados.

Os manifestantes também protestaram contra a última edição do semanário “Charlie Hebdo”, que trouxa na capa uma imagem de Maomé chorando e segurando um cartaz com o slogan “Je suis Charlie” (Eu sou Charlie), sob o título “Tudo está perdoado”.

Por causa da violência, o governo proibiu as manifestações convocadas para amanhã nas mesquitas da capital por vários grupos islamitas, que pretendem dar sequência aos protestos contra a publicação de charges do profeta.

O mundo muçulmano reagiu com ira à divulgação da última edição do “Charlie Hebdo”, replicada em vários jornais europeus, por considerarem a nova capa uma provocação.

No vizinho Mali, dezenas de milhares de pessoas, convocadas pelo Conselho Supremo Islâmico saíram às ruas para condenar caricaturas com a imagem de Maomé. Contudo, o protesto foi pacífico.

Os manifestantes não protestaram contra o presidente, que também compareceu à marcha de Paris, já que sua presença foi avaliada como um ato de reconhecimento pelos esforços franceses no país. EFE

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