Prova contra Gegê do Mangue sumiu do cartório do TJ-SP, diz promotor

  • Por Tiago Muniz/Jovem Pan
  • 30/03/2017 19h54
GEGE1 D3 - CIDADES - ROGÉRIO JEREMIAS DE SIMONE (GEGÊ DO MANGUE) – Envolvimento na morte do Juiz Corregedor de Pres. Prudente. FOTO DIVULGACAO Divulgação/Polícia Militar Gegê do mangue - DIV PM

A prova mais importante no processo contra o número três do PCC desapareceu do cartório do Fórum Criminal da Barra Funda. A afirmação é do promotor Rogério Leão Zagallo, que representa o Ministério Público no caso.

O julgamento de Rogério Jeremias de Simone, conhecido como Gegê do Mangue, está marcado para 3 de abril.

O dirigente do Primeiro Comando da Capital é acusado de ordenar de dentro do presídio de Presidente Venceslau a morte de duas pessoas em outubro de 2004 na Zona Oeste de São Paulo.

Segundo a denúncia, as duas vítimas foram executadas porque eram traficantes que mataram dois integrantes do PCC numa disputa por pontos de venda de droga.

A principal evidência no processo é uma escuta telefônica onde é possível ouvir todo o andamento do “tribunal do crime” que condenou os traficantes a morte.

Gegê do Mangue acompanha pelo celular todo o “julgamento” dos dois junto com um outro líder da facção, Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loca, que estava na penitenciária de Iaras.

Esse áudio foi disponibilizado à Justiça e, de acordo com o promotor, deu entrada no Fórum Criminal da Barra Funda.

Só que, nas últimas semanas, Rogério Leão Zagallo pediu os DVDs novamente e as mídias simplesmente não foram encontradas.

“As mídias estão ou estiveram no fórum. Foram, inclusive, encaminhadas para o Instituto de Criminalística que faria um exame de confronto de voz. Só que quando eu necessitei [das mídias] para fazer um outro tipo de exame, não foram mais localizadas”, afirma.

A promotoria dispõe das transcrições das escutas. A Jovem Pan procurou o Tribunal de Justiça de Sâo Paulo, que diz que nem o juiz responsável pelo caso, nem o cartório possuem essa informação.

Foragido

O júri do dirigente do PCC já foi adiado cinco vezes; a última delas em 20 de fevereiro.

Nesse dia, Gegê do Mangue nem apareceu no Fórum porque era um homem livre devido a uma decisão de outro caso ao qual ele respondia na comarca de Presidente Venceslau.

Esse caso era o único sobre o qual ele tinha alguma prisão em vigor e ela foi revogada.

Apesar disso, ele deveria comparecer ao julgamento marcado para fevereiro; como isso não aconteceu, o promotor Rogério Leão Zagallo pediu a prisão preventiva de Gegê do Mangue.

Se o líder da facção não aparecer novamente na segunda-feira, ele poderá ser julgado à revelia.

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