Prova contra Gegê do Mangue sumiu do cartório do TJ-SP, diz promotor
A prova mais importante no processo contra o número três do PCC desapareceu do cartório do Fórum Criminal da Barra Funda. A afirmação é do promotor Rogério Leão Zagallo, que representa o Ministério Público no caso.
O julgamento de Rogério Jeremias de Simone, conhecido como Gegê do Mangue, está marcado para 3 de abril.
O dirigente do Primeiro Comando da Capital é acusado de ordenar de dentro do presídio de Presidente Venceslau a morte de duas pessoas em outubro de 2004 na Zona Oeste de São Paulo.
Segundo a denúncia, as duas vítimas foram executadas porque eram traficantes que mataram dois integrantes do PCC numa disputa por pontos de venda de droga.
A principal evidência no processo é uma escuta telefônica onde é possível ouvir todo o andamento do “tribunal do crime” que condenou os traficantes a morte.
Gegê do Mangue acompanha pelo celular todo o “julgamento” dos dois junto com um outro líder da facção, Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loca, que estava na penitenciária de Iaras.
Esse áudio foi disponibilizado à Justiça e, de acordo com o promotor, deu entrada no Fórum Criminal da Barra Funda.
Só que, nas últimas semanas, Rogério Leão Zagallo pediu os DVDs novamente e as mídias simplesmente não foram encontradas.
“As mídias estão ou estiveram no fórum. Foram, inclusive, encaminhadas para o Instituto de Criminalística que faria um exame de confronto de voz. Só que quando eu necessitei [das mídias] para fazer um outro tipo de exame, não foram mais localizadas”, afirma.
A promotoria dispõe das transcrições das escutas. A Jovem Pan procurou o Tribunal de Justiça de Sâo Paulo, que diz que nem o juiz responsável pelo caso, nem o cartório possuem essa informação.
Foragido
O júri do dirigente do PCC já foi adiado cinco vezes; a última delas em 20 de fevereiro.
Nesse dia, Gegê do Mangue nem apareceu no Fórum porque era um homem livre devido a uma decisão de outro caso ao qual ele respondia na comarca de Presidente Venceslau.
Esse caso era o único sobre o qual ele tinha alguma prisão em vigor e ela foi revogada.
Apesar disso, ele deveria comparecer ao julgamento marcado para fevereiro; como isso não aconteceu, o promotor Rogério Leão Zagallo pediu a prisão preventiva de Gegê do Mangue.
Se o líder da facção não aparecer novamente na segunda-feira, ele poderá ser julgado à revelia.
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