Quênia identifica um dos atacantes como filho de membro do governo
Nairóbi, 5 abr (EFE).- Um dos quatro terroristas da Al Shabab que mataram na quinta-feira 148 pessoas na Universidade de Garissa foi identificado como o queniano Abdirahim Abdulahi, filho de um político local da cidade nordeste de Mandera e um promissor advogado, informam neste domingo meios de comunicação locais.
Abdulahi foi identificado ontem quando as Forças de Defesa do Quênia (KDF, em inglês) exibiram os corpos dos quatro atacantes na parte traseira de um veículo que passava em baixa velocidade pelas ruas de Garissa, segundo o jornal “Standard”.
Seu pai, cujo nome não foi revelado, alertou as autoridades que seu filho tinha desaparecido e que suspeitava que tinha viajado para Somália, já que no último ano não queria dar pistas sobre seu paradeiro, de acordo com o jornal.
Aparentemente, o pai já tinha denunciado que Abdirahim poderia ter se unido ao grupo islamita Al Shabab quando cursava o segundo ano de Direito na Universidade de Nairóbi.
Uma pessoa de seu entorno o definiu como “um advogado brilhante com um futuro promissor” e segundo seu registro escolar terminou o ensino médio com um curriculum escolar impecável.
“É muito importante e crítico que os pais cujos filhos desaparecem ou mostrem sintomas de ter sido expostos ao extremismo violento avisem imediatamente às autoridades para evitar que sua radicalização siga adiante”, alertou o porta-voz do Ministério do Interior do Quênia, Mwenda Njoka.
Por sua vez, o degelado do distrito de Mandera, Alex Nkoyo, assegurou em declarações recolhidas pelo “Standard” que estão esperando “a confirmação oficial, mas o pai já avisou que (Abdirahim) tinha cortado laços com sua família e o governo tinha conhecimento disso”.
Ontem os corpos dos quatro terroristas foram exibidos, desnudos, para que a população local ajudasse a identificá-los e centenas de pessoas, inclusive crianças, se reúniram nas ruas para ver os corpos e alguns atiraram pedras, informou o “Standard”.
Cinco pessoas foram detidas em relação ao massacre, três delas quando tentavam fugir para Somália, e ainda é procurado o suposto cérebro do ataque, Mohammed Kuno, que segue foragido. EFE
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