Rebeldes de facções sírias se reúnem para defender campo de refugiados de EI

  • Por Agencia EFE
  • 04/04/2015 13h11

Beirute, 4 abr (EFE).- Rebeldes de várias facções sírias lançaram neste sábado uma operação para defender o campo de refugiados palestinos de Al Yarmouk, no sul de Damasco, do ataque do grupo terrorista Estado Islâmico (EI).

Em um comunicado, o insurgente Exército do Islã e as organizações Levante do Profeta e Exército de Ababil, todas elas presentes no sul da capital, anunciaram o início da batalha contra o EI.

Em sua conta no Twitter, o porta-voz do Exército do Islã, o capitão Islam Alloush, explicou que as facções constituíram uma sala de operações conjunta para coordenar a batalha.

Um ativista vinculado à organização, Abdul Rahman Saleh, disse à Agência Efe que “o Exército do Islã e os outros grupos atacaram o distrito de Al Hayar al Asuad, reduto do EI”, por onde os jihadistas entraram em Al Yarmouk na quarta-feira.

Saleh disse que o objetivo do ataque a Al Hayar al Asuad é obrigar o EI a se retirar do campo.

O ativista não descartou a possibilidade alguns insurgentes já terem alcançado o campo de refugiados, mas ressaltou que a missão é difícil pois o local está cercado pelo EI e as forças do regime sírio.

Há três dias, o grupo jihadista entrou em Al Yarmouk para tomar o controle do campo e já domina 90% de sua superfície.

No campo, enfrentou até agora o grupo Aknaf Beit al Maqdis, uma facção palestina oposta ao regime de Bashar al Assad.

O ativista Hassan Taquiedin disse à Efe que os combates são intensos no interior do campo, e que as autoridades sírias dispararam foguetes contra pontos onde ocorrem combates entre o EI e o Aknaf Beit al Maqdis, o que deixou um número indeterminado de feridos.

Segundo Taquiedin, a organização palestina anunciou por meio dos alto-falantes da mesquita de Salah ad-Din o começo da batalha para “libertar” Al Yarmouk dos extremistas.

Em comunicado divulgado hoje, o Aknaf Beit al Maqdis acusou a Frente al Nusra, braço sírio da Al Qaeda, de colaborar com o EI no ataque, apesar de ambos os movimentos serem rivais em outras partes da Síria.

A nota disse que os combatentes da Frente al Nusra teriam jurado lealdade ao EI. Além disso, o grupo Aknaf Beit al Maqdis negou que seus milicianos tenham se rendido aos radicais, e convocou milícias do sul de Damasco a defenderem “imediatamente” Al Yarmouk.

O presidente da opositora Coalizão Nacional Síria (CNFROS), Khaled Joya, instou em comunicado as facções insurgentes que operam no sul da capital a ajudarem a “proteger o campo do massacre do EI e das forças do regime”.

Além disso, pediu para as organizações humanitárias garantirem um corredor para que crianças, mulheres e idosos possam ser evacuados, e solicitou a ação urgente da ONU e dos países árabes para salvar os residentes de Al Yarmouk”.

O diretor de Assuntos Políticos da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) na capital síria, Anwar Abdul Hadi, afirmou ontem para a Efe que 12 mil pessoas ainda vivem no campo, muitas delas menores de idade.

Os insurgentes assumiram o controle de Al Yarmouk em dezembro de 2012 e, desde então, suas ruas vem sendo cenário de enfrentamentos entre grupos opositores e forças governamentais sírias. EFE

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