Rebeldes invadem emissora do Iêmen e toque de recolher é decretado na capital

  • Por Agencia EFE
  • 24/09/2014 00h24
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Sana, 20 set (EFE).- Combatentes do movimento xiita dos houthis invadiram neste sábado a sede da emissora de televisão oficial do Iêmen em Sana, a capital do país, e as autoridades decretaram o toque de recolher em quatro bairros da cidade para tentar conter a onda de violência.

Fontes de segurança informaram para a Agência Efe que os rebeldes entraram no complexo da emissora, no bairro de Al Yaraf, após a saída das forças que faziam a segurança do edifício, que vem sendo alvo de bombardeios desde a última quinta-feira.

As forças de segurança abandonaram suas posições devido ao forte bombardeio lançado pelos rebeldes contra a sede da emissora, que cortou seu sinal e foi parcialmente incendiada.

Diante da escalada da violência em Sana, a Comissão Suprema de Segurança decretou o toque de recolher noturno em quatro bairros da capital afetados pelos combates.

A medida de exceção estará vigente durante nove horas e entrou em vigor às 21h locais (15h de Brasília) de hoje.

Mais de dez pessoas morreram hoje nos bombardeios e nos combates entre o Exército iemenita e os rebeldes houthis em Sana.

Os enfrentamentos se estenderam até as cercanias do Ministério do Interior, situado no distrito de Al Hasaba.

Além disso, combates foram registrados no quartel da 6ª Região Militar, o mais importante de Sana, e que vem sendo alvo das investidas dos houthis desde ontem.

A crise causou a suspensão das aulas na Universidade de Sana e em outros quatro centros particulares próximos, enquanto as escolas permanecerão fechadas a partir de amanhã e até segunda ordem.

Dezenas de famílias foram obrigadas a deixar seus lares e fugiram para outras áreas mais seguras na capital e em outras cidades.

O enviado da ONU para o Iêmen, Jamal Benomar, que pediu ontem um cessar-fogo “imediato”, manteve hoje uma reunião com o presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi, para promover um acordo que ponha um fim ao conflito.

Os houthis exigem a formação de um novo governo, no qual eles tenham representação, e o restabelecimento dos subsídios aos combustíveis, mas para as autoridades essas exigências são apenas uma fachada para suas tentativas de obter mais poder.

O próprio Hadi denunciou ontem que a ofensiva dos últimos dias demonstra que os houthis querem “derrubar o Estado”.

Após pegar em armas em 2004, os insurgentes xiitas controlam desde 2010 a província de Saada, no norte do país, e vem tentando ampliar as zonas sob seu domínio há meses. EFE

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