Recuperação econômica desigual é usada como arma de democratas e republicanos

  • Por Agencia EFE
  • 31/10/2014 20h20
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Alfonso Fernández.

Washington, 31 out (EFE).- Embora a recuperação econômica dos Estados Unidos tenha se transformado em um dos pontos básicos dos agenda dos democratas para as legislativas, o caráter titubeante e desigual causa desconfiança nos cidadãos, o que se transformou em munição para os republicanos.

O presidente americano, Barack Obama, embarcou no meio do ano em um tour pelo país para destacar que a economia tinha saído da “Grande Recessão”, como ficou conhecido o período depois da crise financeira de 2008, a maior crise econômica americana em 80 anos.

“É inquestionável que nossa economia é mais forte hoje do que quando cheguei ao poder”, afirmou no início de outubro em discurso à Universidade Northwestern, perto de Chicago.

Nos últimos meses, a Casa Branca não se cansou de repetir os progressos econômicos citando alguns indicadores: o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu em torno de 2% desde 2011, e a taxa de desemprego caiu de 9% em setembro de 2011 para 5,9% em 2014. O governo americano também alegou que o déficit fiscal está no nível mais baixo em cinco anos, e o boom na produção energética doméstica fez os preços da gasolina nos EUA serem atualmente os mais baixos desde 2011.

Mas essa melhora não ser percebida nas ruas deixa os democratas frustrados.

“Também é inquestionável”, acrescentou Obama, “que milhões de americanos ainda não sentem suficientemente os benefícios de uma economia em crescimento onde mais conta, em suas vidas”.

É exatamente nesse ponto que os republicanos se concentraram para tirar vantagem, apelando para a história, por terem sido o partido da criação de emprego e da certeza econômica.

Esse foi o discurso de Paul Ryan, congressista republicano por Wisconsin e ex-candidato à vice-presidência dos EUA em 2012, ao ressaltar que “as pessoas estão fartas desta economia doente, de crescimento baixo” em entrevista recente à “Fox”.

“Nosso objetivo primordial será gerar certeza para os empresários, o que está faltando por causa da falta de liderança do presidente Obama” e diminuir o tamanho do governo federal que se tornou “excessivo e ineficiente”.

Para tentar compensar esta aparente perda da iniciativa, os democratas recorreram ao seu casal político mais poderoso: Bill e Hillary Clinton.

A ex-secretária de Estado e mais do que provável pré-candidata à presidência em 2016 realizou em outubro um périplo por algumas das corridas mais disputadas do Senado, em busca de manter a maioria democrata para não perder as duas câmaras do Congresso.

Hillary apoiará os candidatos democratas de Iowa, New Hampshire, Carolina do Norte, Colorado, Geórgia e Kentucky.

Já seu marido, ex-presidente, participou de diversos eventos de campanha em Arkansas e Louisiana, dois dos principais estados do sul dos EUA em disputa.

“Ele (Bill Clinton) é dois em um: exerce atração entre os eleitores indecisos e entusiasma os democratas. É provavelmente o único democrata com os quais os americanos do sul veem pontos em comum”, assinalou James Carville, veterano consultor político democrata, em uma entrevista ao portal “Nola”, da Louisiana. EFE

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