Relatório aponta que militares mexicanos executaram 15 civis após confronto

  • Por Agencia EFE
  • 21/10/2014 22h58
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Cidade do México, 21 out (EFE).- Oito militares mexicanos executaram 15 dos 22 civis que foram assassinados no último dia 30 de junho após um confronto no município de Tlatlaya, no estado do México, segundo relatório apresentado nesta terça-feira pela Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH).

Os incidentes de Tlatlaya constituem uma das “piores violações” dos direitos humanos por parte de integrantes do exército, disse o presidente da CNDH, Raúl Plascencia, ao apresentar o relatório na Cidade do México.

Segundo a versão oficial apresentada inicialmente sobre o caso, no dia 30 de junho uma patrulha militar enfrentou em Tlatlaya um grupo do crime organizado e 22 pessoas morreram no tiroteio.

No entanto, Plascencia revelou hoje que, de acordo com a investigação final, se confirmou que 15 das 22 vítimas foram assassinadas por oito militares em uma adega de Tlatlaya.

Em um longo relatório onde reproduz os depoimentos de três sobreviventes, a CNDH indicou que 12 dos supostos delinquentes que tinham sido rendidos e outros três que se encontravam feridos foram assassinados por militares.

Plascencia assegurou, além disso, que as autoridades alteraram o lugar dos fatos para tentar simular um tiroteio e adulteraram fotografias para esconder que se tratava de uma execução.

Por este incidente, a comissão emitiu uma recomendação à Secretaria da Defesa Nacional (Sedena), à Procuradoria Geral da República (PGR) e ao governo do estado do México, onde ocorreram os fatos.

Dita recomendação inclui atender e reparar às famílias das vítimas, preparando devidamente o pessoal militar para que cumpra os protocolos nestes casos e investigue e julgue todos os envolvidos.

A PGR indiciou até o momento por “homicídio qualificado” três militares e outro por “encobrimento” por oito das 22 mortes de civis.

O procurador-geral mexicano, Jesús Murillo, qualificou este fato como “bastante grave” devido a que se trata de “homicídio qualificado”, mas esclareceu que as investigações continuam abertas, e pode haver mais acusados. EFE

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