Renúncia do governo iemenita é “definitiva e irreversível”
Sana, 29 jan (EFE).- A renúncia do governo iemenita é “definitiva e irreversível”, disse nesta quinta-feira o primeiro-ministro demissionário, Khaled Bahah, antes de acrescentar que esse executivo já não é responsável por administrar os assuntos diários do país.
“O governo tecnocrata insiste em que apresentou sua renúncia e que não se responsabiliza pelos assuntos do país”, ressaltou Bahah em comunicado divulgado em sua conta do Facebook.
Bahah também explicou que o motivo da renúncia, efetuada no último dia 22, foi para expressar “sua profunda insatisfação pelo golpe de Estado realizado pelo movimento Ansar Alá”.
O primeiro-ministro se refere à tomada de controle pelo movimento xiita dos houthis do palácio presidencial em 19 de janeiro.
Eles “são os responsáveis pelo não funcionamento do Estado e do governo, assim como a transição política no país”, acrescentou.
Bahah acusou, além disso, os houthis de tentar assassiná-lo nesse mesmo dia, quando um grupo armado disparou contra seu comboio, e de assediar as casas de vários ministros impedindo a saída.
Isso é algo, disse, que “nunca antes tinha ocorrido na história política do Iêmen”.
Bahah criticou também o controle imposto pelos houthis aos meios de comunicação estatais, sua intromissão nos assuntos governamentais e a captura pela força de várias províncias.
Quando apresentou sua renúncia, Bahah explicou que se via incapaz de reconduzir “o labirinto político” no qual o Iêmen se perdey e “no qual não rege nenhuma lei nem regulamento”.
Está pendente uma reunião do parlamento iemenita para decidir sobre a renúncia do presidente, Abdo Rabbo Mansour Hadi, que renunciou no mesmo dia que Bahah, embora há vozes que pedem sua continuação.
Os combatentes xiitas tomaram o controle nos últimos meses de sete províncias do Iêmen, inclusive seu capital, onde recrudesceu a tensão nesta semana com o ataque às sedes presidenciais. EFE
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